Vaticano apoia movimento de oposição ao projeto de lei apresentado pelo executivo de François Hollande
Cidade do Vaticano, 14 jan 2013 (Ecclesia) – Centenas de milhares de pessoas reuniram-se este domingo em Paris para uma manifestação contra a equiparação ao matrimónio das uniões entre pessoas do mesmo sexo, protesto que mereceu o apoio do Vaticano.
A chamada ‘Manifestação para todos’, promovido por comunidades religiosas e movimentos da sociedade civil, surgiu como forma de oposição ao projeto de lei apresentado pelo executivo do socialista François Hollande, chamado ‘Casamento para todos’, que pretende legalizar o casamento e a adoção por homossexuais e deve começar a ser analisado pelo Parlamento francês a partir do dia 29 de janeiro.
Sob o lema «Nascemos de um homem e de uma mulher», a manifestação na capital gaulesa é apresentada pelo portal de notícias do Vaticano como uma “batalha civilizacional em defesa da célula fundamental da sociedade”.
O arcebispo de Paris, cardeal André Vingt-Trois, marcou presença no final da iniciativa para manifestar o seu “encorajamento” aos organizadores e deixou votos de que o Governo assuma as suas responsabilidades e possa encontrar “outras fórmulas”.
O presidente do Conselho Pontifício da Família (Santa Sé), D. Vincenzo Paglia, elogiou o empenho do episcopado francês nesta causa para “fazer entender que o matrimónio e a família não são uma realidade de alguém, mas da humanidade”.
“A igualdade é uma coisa, o respeito pela diversidade é outra, porque para se chegar a uma igualdade robusta é necessário respeitar a diferença”, alertou, com críticas à ideologia de género.
O arcebispo italiano sustenta que, após a legalização do casamento e da adoção por pessoas do mesmo sexo “tudo se torna possível” em termos de definição do matrimónio.
“Se a medida for o ‘eu’ e a satisfação de todos os seus desejos, fica claro que tudo pode acontecer e, portanto, temos a destruição da civilização”, observou.
O porta-voz da Conferência Episcopal Francesa, D. Bernard Podvin, disse estar “confiante no bom senso” da opinião pública, nestas matérias e apela ao testemunho dos católicos.
“Os tempos são difíceis, temos de testemunhar uma esperança e recordar à nossa sociedade que, no futuro, será muito mais frágil e terá se estar muito atenta aos seus valores fundamentais”, prosseguiu.
OC