França: Bispos europeus recordaram vítimas da Primeira Guerra Mundial e a urgência de assegurar a paz

Europa deve «retomar valores que a vinculam enquanto comunidade», disseram em Verdun

Verdun, França, 12 nov 2014 (Ecclesia) – Os bispos europeus prestaram esta terça-feira homenagem às vítimas da Primeira Guerra Mundial, no cemitério militar de Verdun, em França, e rezaram pela paz no Velho Continente e em todo o mundo.

Em comunicado enviado à Agência ECCLESIA, os membros da Comissão dos Episcopados da Comunidade Europeia e do Conselho das Conferências Episcopais da Europa evocam o centenário de um dos mais sangrentos conflitos da história, que só no campo de batalha de Verdum fez “quase um milhão de mortos”.

Um conflito que, segundo os responsáveis católicos, foi fruto de uma época “onde a luz e as trevas se digladiaram como em nenhum outro período da história da Europa”.

100 anos depois, “permanece bem viva na memória a loucura da guerra e a mágoa de como tudo se passou. Na alvorada do século XX, os destinos das nações europeias estavam intimamente ligados, a Primeira Guerra Mundial não precisava de ter acontecido”, sublinham os prelados.

Até ao lançamento das bases da atual União Europeia, em 1957 com a criação da Comunidade Europeia do Carvão e do Aço, a região continuou a ser dilacerada pelas disputas de poder, que tiveram como desfecho uma Segunda Grande Guerra.

Os representantes da COMECE e da CCEE olham “com gratidão” para o projeto da União Europeia, “que a partir dos seus fundadores, e de todos quantos foram inspirados por eles ao longo dos anos, tem contribuído para a paz e o entendimento entre nações”.

No entanto, apesar dos esforços políticos e diplomáticos que têm sido feitos, há quem continue “a recorrer às armas como forma de resolver as suas diferenças”.

Assim, a delegação de bispos presente em Verdun fez questão de rezar por todas as pessoas que atualmente continuam a ser “vítimas da guerra e de outros conflitos armados, militares e civis”.

Mostrou-se depois decidida a “ajudar a Europa a recuperar as raízes que estiveram na base da sua identidade, a retomar os valores, muitos deles profundamente cristãos, que a vinculam enquanto comunidade, e a promover um futuro de paz e justiça para todos os cidadãos europeus e do mundo”.

À frente da comitiva que seguiu para Verdun estiveram o presidente da COMECE, D. Reinhard Marx, arcebispo de Munique, e o arcebispo de Sarajevo, D. Vinko Puljic, em representação do CCEE.

O programa da viagem envolveu a realização de três momentos de oração abertos ao público: dois no Ossário de Douaumont, onde estão os restos mortais de mais de 130 mil soldados desconhecidos; e um na cripta da Catedral de Notre-Dame.

JCP

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