França: Bispos criticam projecto-lei sobre imigração

A Comissão Episcopal francesa para a missão da Igreja Universal (CEMU) afirmou dia 20 que se vai opor a qualquer medida que sirva para pôr em causa a integração de imigrantes no país.

Recorde-se que, desde o mês de Agosto, o executivo francês já expulsou do país cerca de mil imigrantes ciganos, de origem búlgara e romena, tendo endurecido as medidas contra aquelas comunidades, muitas delas a viver em acampamentos considerados ilegais.

Sete bispos, membros da CEMU, estiveram reunidos para analisar o projecto-lei sobre imigração, elaborado pelo ministro francês que tutela aquela pasta, Eric Besson. Um projecto que ainda vai ser discutido numa Assembleia Nacional, marcada para o final de Setembro.

Os prelados defendem que “a família é o núcleo essencial da sociedade” e, para os imigrantes, “ela tem um papel fundamental na sua integração”.

“Devemos opor-nos a qualquer medida que sirva para enfraquecer esta realidade”, referem os representantes da CEMU.

O governo francês sustenta a sua posição de força com o dever de estabelecer regras e regular os fluxos migratórios, tendo em conta o bem comum.

“Nós sabemos que os políticos têm de tomar decisões difíceis”, referem os bispos católicos, lembrando, no entanto, que o “dever de conceder asilo foi sempre um dos pontos defendidos pela Igreja”.

Os membros da CEMU consideram que a “intervenção de um órgão jurisdicional de liberdade é fundamental para ouvir as palavras das pessoas privadas de liberdade “.

Atrasar esta acção ou limitar os pontos de maior fragilidade “viola a lei, mesmo no contexto da detenção administrativa”, acrescentam.

Frisaram ainda que “a ajuda humanitária aos imigrantes em dificuldade não deve ser confundida com a actividade criminosa dos traficantes”.

”Com tantos cristãos que vivem nos bairros mais pobres “, especialmente das comunidades religiosas, nós sabemos da contribuição que os imigrantes dão ao nosso país com o seu trabalho, a sua energia e a sua honra”.

“Não nos vamos esquecer das dificuldades que eles tiveram de passar quando emigraram”, concluem os bispos da CEMU.

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Agência ECCLESIA

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