França: Atentados mostram necessidade de sociedade mais «vigilante» – cardeal-patriarca

D. Manuel Clemente espera aposta numa cultura de prevenção destes acontecimentos trágicos

Lisboa, 18 jul 2016 (Ecclesia) – O cardeal-patriarca de Lisboa disse à Agência ECCLESIA que o recente atentado na cidade francesa de Nice, último de uma série de ataques terroristas no país, mostra a necessidade de uma sociedade “mais vigilante” e atenta ao outro.

“A nossa sociedade tem de ser mais vigilante: não no sentido negativo do termo, mas no sentido da atenção, porque estas coisas, afinal, talvez pudessem ter sido prevenidas”, sublinhou D. Manuel Clemente.

O presidente da Conferência Episcopal Portuguesa (CEP) convidou a manter a “calma possível” e estar próximos das famílias das vítimas, após o atentado de quinta-feira à noite.

“Criemos um futuro em que, na medida do possível, coisas destas não aconteçam”, apelou.

D. Manuel Clemente sustentou que é necessário apostar na “integração” das comunidades que chegam de fora e na partilha dos “valores culturais” e dos Direitos Humanos.

Num mundo em que a maior “capacidade mediática” de transmitir notícias torna mais próximos os “acontecimentos trágicos”, o cardeal-patriarca espera que cresça a “consciência de grandes problemas a resolver e de grandes males que podem acontecer”.

“Temos de ficar mais mobilizados para prevenir, tanto quanto podemos, situações destas”, observa o presidente da CEP.

A resposta a estas situações passa pela ação de governos e organizações internacionais de segurança, mas também pelos próprios “relacionamentos”, uma atuação pessoal “mais atenta”, procurando evitar “grandes males” com “pequenas atuações no concreto e no imediato”.

“Nestes últimos casos de França, impressiona-nos tratar-se de pessoas que afinal estavam lá”, assinala.

Na quinta-feira à noite, um camião avançou sobre a multidão na Promenade des Anglais, em Nice, ali reunida para assistir ao fogo-de-artifício que assinalava o Dia de França.

O último balanço das autoridades francesas aponta para 84 mortos e 202 feridos; o condutor do camião foi abatido pela polícia.

LFS/OC

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