Fórum Abraâmico de Portugal

No próximo Sábado, dia 21 de Abril, terá lugar em Portugal um encontro da chamada Juventude Nacionalista, com a presença de organizações e partidos nacionalistas da Alemanha, Reino Unido, Espanha, Bélgica, Itália, Roménia e Áustria. O encontro apresenta-se com a finalidade de promover o “Dia da Juventude Nacional”, estando igualmente previsto um concerto, entretanto anulado. São públicas as simpatias destes movimentos pelo nazismo, bem como a sua defesa de políticas de discriminação racial e de combate à imigração. Veja-se o cartaz recentemente exposto na Praça Marquês de Pombal, em Lisboa, onde se lia: “Basta de Imigração, nacionalismo é a Solução”! E a comunicação social tem veiculado letras de algumas das bandas que deveriam actuar no concerto de Sábado, onde se observam referências à “ariana nação” e se apela ao combate pelo “nacional-socialismo”. Segundo consta, também os vídeos dessas bandas abundam em imagens de violência e de ódio racial. O Fórum Abraâmico que reúne no seu seio membros das confissões cristã, judaica e muçulmana, no objectivo comum de contribuir para a pacificação, a tolerância e o conhecimento mútuo, defende uma sociedade aberta em que a todos seja reconhecido o direito de apresentarem livremente as suas ideias. Não se exime, porém, a usar desse mesmo direito para repudiar publicamente todas as propostas, venham elas de onde vierem, que glorifiquem a exclusão, a discriminação e a xenofobia, ou que exaltem a violência e o ódio. Fórum Abraâmico de Portugal Reafirmamos os valores civilizacionais da dignidade humana de todos, da hospitalidade, da abertura ao diferente, não foram apenas duramente conquistados mas continuam a ser uma batalha de todos os dias. As propostas de racismo e fechamento são tentações com que, repetidamente, o Ocidente se confronta e que temos que saber derrotar, como estranhas às nossas referências abraâmicas essenciais. Há uma responsabilidade colectiva por essa herança, legada por vezes com enormes sacrifícios pelas gerações que nos antecederam. Quem a ela se opõe em nome de uma etnia, nacionalidade, cultura, ou religião, dá voz aos seus medos e ressentimentos pessoais, mas nega na prática o melhor da tradição que afirma defender. A Direcção Lisboa, 19 de Abril 2007

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