Forças Armadas: «Militares estiveram em todas as frentes no combate à pandemia» – D. Rui Valério

Presença da Igreja entre elementos das Forças Armadas, Forças e Segurança e da tutela é «pedida e valorizada»

Foto: RR/Miguel Rato

Lisboa, 26 dez 2021 (Ecclesia) – D. Rui Valério afirmou que a pandemia fez com que o Estado e a sociedade reconhecessem o papel das Forças Armadas e Forças de Segurança, que atuaram “em todas as suas fases”, conferindo “confiança”.

“Têm estado presentes no combate direto – apoio aos serviços médicos, acolhimento aos doentes, transporte dos mais idosos, dos lares, portanto, tem havido uma presença das Forças Armadas e das Forças de Segurança na frente da batalha”, afirmou o bispo da Diocese das Forças Armadas e Forças de Segurança na entrevista conjunta Ecclesia/Renascença.

“O grande mérito, se me é permitida esta expressão, que as Forças Armadas e Forças de Segurança tiveram nesta campanha de vacinação foi a de – juntamente com outros setores e outras forças, naturalmente, e aqui está incluído de uma forma principal e até bastante saliente a própria Igreja – terem um papel relevante no que diz respeito ao caminho de confiança que os cidadãos portugueses vieram a fazer relativamente à vacina”, acrescentou.

D. Rui Valério refuta que casos como os que aconteceram com militares ao serviço da ONU na República Centro Africana ou dos agentes da GNR em Odemira belisque a imagem das Forças Armadas e Forças de Segurança e que os acontecimentos veiculados pela comunicação social “são uma andorinha num contexto de uma primavera”.

“A imagem das Forças Armadas e de Segurança está incólume. Seria ótimo, seria ideal e maravilhoso que não estivéssemos a referir esse problema que aconteceu, no entanto, quero dizer que é a todos os títulos uma exceção, exceção! Porque aquilo que é a regra é que militar e elemento da força de segurança se comporte com uma conduta de acordo com os mais rigorosos padrões éticos, morais, de humanismo e de autenticidade”, afirmou.

O bispo das Forças Armadas e Forças de Segurança procura em tempo de Natal visitar os militares que se encontram em missão no estrangeiro, nas Frentes Nacionais Destacadas, presença que é muito valorizada na pessoa do capelão que acompanha os destacamentos.

“O capelão é uma referência dentro de uma unidade. Por um lado o capelão representa a presença do transcendente, a presença de Deus, daquele que zela e vela por todos nós e nos guia. Mas o capelão tem uma particularidade que só o capelão tem: é um homem transversal, uma ponte que liga tudo isto, num contexto marcado pela distinção”, indica.

Este ano isso não foi possível visitar os militares na Forças Nacionais Destacadas, tendo estas sido visitadas pelo Primeiro-ministro, “sinal de reconhecimento, de solidariedade e partilha, sobretudo nestas alturas de grande intensidade, do ponto de vista emocional e afetivo”.

A celebração da eucaristia de Natal junto dos militares na Forças Nacionais Destacadas é um tempo de “reencontro”, momento em que no meio de serviço “muito exigente” os militares “fazem alguma síntese das suas vidas”.

D. Rui Valério tem estado em visitas a diferentes espaços militares em Portugal, procurando estar junto dos militares reclusos, dos que estão hospitalizados a quem quer “levar uma mensagem de paz e de esperança” e receber “tanto que têm para oferecer”.

Num ano em que a celebração do Natal vai ser realizada ainda com a pandemia, marcando a falta de alguns familiares já falecidos, o bispo das Forças Armadas e Forças de Segurança faz eco da sua experiência de ter perdido o pai este ano.

“Sinceramente, não me sinto em nada diminuído ou reduzido, no afeto e na perceção da presença de quem amamos, mesmo que já estejam a participar da eternidade de Deus. Não me sinto diminuído por essa ausência na presença, ou por essa presença na ausência. O ardor continua vivo. O amor é uma grandeza que transcende, não só o espaço e o tempo”, sublinha.

A diocese castrense está, a par das dioceses portuguesas, envolvida na reflexão sinodal, convocada pelo papa Francisco, e D. Rui Valério destaca o reconhecimento que os militares conferem à Igreja, na pessoa do capelão, a todos os níveis, “seja a nível dos militares, dos elementos das Forças Armadas e Forças de Segurança, como da tutela, entenda-se os ministros, secretários de Estado”.

LS

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Agência ECCLESIA

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