Forças Armadas: D. Rui Valério pediu «sacrifício», cultivo do «ser» e capacidade de «saída» aos finalistas da Academia Militar

Valores e atitudes foram lembrados pelo bispo do Ordinariato Castrense durante Bênção de Finalistas

Foto: Ordinariato Castrense

Lisboa, 24 jun 2021 (Ecclesia) – D. Rui Valério pediu aos finalistas do Exército e da GNR, “sacrifício”, capacidade de estar “em saída” e o cultivo do “ser” ao serviço do país e de projetos de felicidade.

“Sair da rotina, da nossa zona de conforto, mas sobretudo sair de nós e fazer da vida uma saída da nossa autorreferencialidade para ir ao encontro dos outros. Ter uma abordagem de si mesmo que recuse viver em função de si próprio, mas sempre em função da Pátria e dos portugueses”, afirmou o bispo das Forças Armadas e de Segurança durante a Bênção dos Finalistas, que decorreu esta quarta-feira na Academia Militar, em Lisboa.

O responsável identificou, na homilia enviada à Agência ECCLESIA, o estar “em saída” como um movimento que “torna possível a criatividade e a inovação” e explicou que “os grandes valores estruturantes, como a liberdade, a esperança e até o amor, possuem uma carga que mobiliza a sair”.

Aos jovens e aos familiares presentes na cerimónia, D. Rio Valério lembrou a tensão entre “o ser” e o “ter”, que sobressaem na cultura dominante “que incide muito sobre o bem-estar”.

“Uma cultura que parece ter desistido da felicidade, ou, se não desistiu, vive-a de modo diferente. Por isso, o apelo que vos faço é que não desistam da vontade de ser: de ser feliz, de ser necessário ao meu país”, pediu.

Hoje, afirma, há um valor que “se sobrepõe” à tensão entre o «ser» e o «ter»: “O conflito que hoje perturba a vida humana é entre ser e competência”.

“Todos os outros valores perdem relevância face à competência. A Ética, a liberdade, o respeito pela dignidade humana… até mesmo a dimensão afetiva e psicológica, tudo está hoje muito relativizado face à eficácia e à competência”, lamentou durante a homilia.

D. Rui Valério recorreu ainda à origem da palavra «sacrifício» para indicar a vida militar como um “ato sagrado”.

“Uma palavra interessante que significa não só privação, imolação, mas também, como sugere o seu sentido em latim, «sacer»+«ficium»: tornar um ato sagrado. É por isso que toda a vida do militar é um ato sagrado, porque defender a Pátria e por ela estar disposto a derramar o próprio sangue é realmente um ato sagrado. Ato esse que se atualiza em cada missão que realizais”, sublinhou.

A cerimónia de Bênção de Finalistas do Exército e da GNR decorreu no campo de futebol da Academia, “para salvaguardar as condições sanitárias”, tendo sido participada pelo corpo docente da instituição, familiares e amigos dos cadetes finalistas.

LS

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Agência ECCLESIA

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