Dois sacerdotes concluíram a sua formação para servir a Igreja no Ordinariato Castrense
Amadora, 18 mar 2021 (Ecclesia) – Os padres Micael Silva, da Diocese do Porto, e José Joaquim da Costa, da Congregação do Sagrado Coração de Jesus (Dehonianos) concluíram esta quarta-feira a sua formação para capelães, na Academia Militar.
“O capelão é o apoio é o amigo, é o orientador, é aquele que espiritualmente ajuda os homens e as mulheres que constituem o exército e as Forças Armadas em missões, a superar as suas dificuldades, os seus momentos de desânimo, os seus problemas pessoais” referiu à Agência ECCLESIA o major-general Luís António Morgado Baptista, comandante da Academia Militar.
O responsável presidiu à sessão de encerramento do 45.º Curso de Formação de Capelães Militares, destacando a presença dos representantes católicos na instituição militar, onde são chamados a ser “homens da palavra e da ação”.
Luís António Morgado Baptista reconhece o quadro difícil da missão destes capelães, que vão ter de dar apoio a mais do que uma unidade militar, mas mostra-se convicto da “energia e devoção” que observa nos sacerdotes que servem nas Forças Armadas.
Já o bispo da diocese das Forças Armadas e de Segurança reconhece que em Portugal existe facilidade em entender a relação que existe entre estas duas instituições.
“O campo de ação do capelão nas Forças Armadas é uma perfeita continuidade daquilo que é a nossa ação nas nossas comunidades paroquias”, afirma D. Rui Valério.
O responsável da diocese castrense salienta que a missão do capelão é “a promoção da santidade, a promoção da dignidade do ser humano e a sua construção numa configuração a Jesus Cristo”.
Ministrado ao longo de três semanas, o curso incidiu numa abordagem da instituição militar a par da respetiva formação canónica e teológica, e das ciências sociais.
O curso teve como diretor o tenente-coronel António Borges da Silva, capelão, que salienta a importância dos sacerdotes se inteirarem da “especificidade da cultura organizacional das Forças Armadas” e entenderem que a vida militar é uma “atividade exigente, sujeita a vários fatores de stress e desgaste”.
O responsável pela Assistência Religiosa na Academia Militar considera que a competência do capelão vai hoje muito além do apoio religioso, destacando algumas áreas que considera prioritárias.
“A prevenção de dependências, evitar eventuais desvios comportamentais, o envolvimento humanista e ético, a proximidade com as decisões do comando e a proximidade nos momentos de alegria e de tristeza”, elenca.
O padre Micael Silva, que se prepara para servir como capelão em unidades militares no norte do país, afirma que quer ser um sacerdote “próximo”, tal como já acontece nas suas comunidades paroquiais.
“Sou o mesmo, só muda a farda, e quero ser o amigo à imagem de Jesus, o que faz pontes entre o comando e os praças”, refere o jovem capelão.
O padre José Joaquim da Costa, por sua vez, destaca a missão de criar “uma cultura de paz ao serviço do bem comum”.
Em 1967, apresentaram-se 58 sacerdotes na Academia Militar para aquela que seria a primeira formação de capelães – o elevado número tinha então em conta a circunstância das campanhas nos territórios do ultramar.
Inicialmente, os Cursos de Formação de Capelães Militares eram frequentados por todos aqueles que concluíam o Curso de Teologia, que após a sua ordenação, eram enquadrados no serviço militar obrigatório.
Após o final deste regime, a formação de Capelães Militares, passou a destinar-se a sacerdotes voluntários, em número adequado às necessidades dos diversos Ramos das Forças Armadas e das Forças de Segurança.
HM/OC