D. Januário Torgal Ferreira presidiu à Missa Crismal, criticando tentativas de denegrir imagem dos militares
Lisboa, 04 abr 2012 (Ecclesia) – O bispo das Forças Armadas e de Segurança elogiou hoje em Lisboa o diálogo entre Igreja e Estado que permitiu estabelecer “quadro mútuo de direitos e deveres” no âmbito da liberdade religiosa, para a “ação pastoral” neste campo.
D. Januário Torgal Ferreira falava durante a celebração da Missa Crismal, na igreja da Memória, em Lisboa, celebração que é tradicionalmente antecipada um dia, relativamente ao que acontece nas várias dioceses, para permitir a participação dos capelães.
“O projeto pastoral do Ordinariato Castrense de Portugal e as ações concretas, que se solicitam a cada um dos capelães, mereciam ser bem conhecidas da opinião pública em geral, e da Igreja entre nós, em particular”, disse o prelado, numa intervenção enviada à Agência ECCLESIA.
O responsável da Igreja Católica para o acompanhamento das Forças Armadas lamentou as “opiniões injustificadas” que têm atingido os profissionais deste setor, “criando-se em meios menos sagazes a ideia de que os privilégios e os gastos sumptuosos residiam por estas veredas”.
“Estes, e tantos outros problemas do mundo, dizem respeito à nossa missão, no anúncio da respeitabilidade dos direitos, no cumprimento de responsabilidades assumidas, na partilha dos bens, na construção da solidariedade, no aprofundamento da formação, no apoio às famílias e na defesa dos grandes critérios da paz”, afirmou.
D. Januário Torgal Ferreira sublinhou as coincidências entre o “princípio de legítima defesa, tao ínsito a um Estado de direito, e com relevo para as funções das Forças Armadas e de Segurança”, e “as prioridades do Evangelho”.
Nessas prioridades, acrescentou, estão “os débeis e os proscritos, os enfermos e os refugiados, os emigrantes e as vítimas de qualquer fanatismo, os desconhecidos e os sem nome”.
Todos, disse o prelado, têm de ser protegidos “do injusto agressor, que multiplica crimes e perversidades na figura da pressão social indevida, no totalitarismo e ditadura de poderes, na pedofilia e na violência doméstica, na menorização dos trabalhadores, na tortura e demais expressões da banalidade do mal, em conflitos bélicos, na exploração das camadas populacionais mais frágeis por poderes políticos sem sensibilidade social”.
“Morre-se só, sem que haja testemunhas. Assalta-se quem vive ou trabalha, sem o mínimo resguardo. Marginaliza-se quem, de significativo, ostenta os sinais de doença, de miséria, de incapacidade de toda a ordem”, alertou D. Januário Torgal Ferreira.
Este responsável convidou ainda a refletir sobre os 15 por cento de desemprego no país, “o custo da energia, os cuidados médicos, a proximidade do povo, a desconcentração do poder, a busca de um trabalho digno, a promoção educacional, o desenvolvimento cívico, o crescimento económico, a equidade inequívoca”.
OC