«A juventude precisa disto também, momentos de encontro. A linguagem é jovem, mas é aberto a todos» – Hugo Monteiro
Ansião, 11 nov 2024 (Ecclesia) – O Serviço da Juventude (SDJ) de Coimbra realizou o ‘For God Shake Festival’, este domingo, dia 10 de novembro, e, segundo o bispo diocesano, querem “dar continuidade àquela onda gigante que houve em Portugal por ocasião da Jornada Mundial da Juventude”.
“Nós sabemos que a vida das pessoas não são os eventos, são momentos, sabemos que é o quotidiano, nas suas paróquias, nas suas unidades pastorais, nas suas escolas, nos seus grupos de jovens, nos seus movimentos, mas também são necessários momentos fortes que toquem o coração e que façam perceber a grandeza de um povo que está em caminho com os jovens e em que os jovens estão integrados, e isso também é essencial para dar força aos momentos da vida do dia-a-dia”, disse o bispo de Coimbra, em declarações à Agência ECCLESIA.
D. Virgílio Antunes explicou que o objetivo da Diocese de Coimbra “é dar continuidade àquela onda gigante que houve em Portugal”, até no mundo, mas concretamente nesta diocese, por ocasião da Jornada Mundial da Juventude, a JMJ Lisboa 2023, que foi um evento como “nunca” tiveram, “mas que deixou marcas muito profundas”.
“Às vezes fala-se o que é que ficou depois da Jornada, há quem seja muito pessimista, e eu não sou pessimista. Eu acho que ficou muito aquela experiência de vida que se viveu por dentro, com entusiasmo, com alegria, ser cristão, de viver a fé, de estar em Igreja, de ser jovem. Aquilo nunca mais passa do coração nem da mente de um jovem, e até de muitos adultos que colaboraram”, assinalou o responsável diocesano.
O Serviço Diocesano da Juventude de Coimbra realizou o ‘For God Shake Festival’ 2024, com o tema ‘A fé que te faz vibrar’, este domingo, no Centro de Negócios de Ansião; com três palcos – o Palco Diocese, o Teu Palco e o Palco Encontro, atuações musicais, momentos de congregação e celebrativos.
“Estes festivais são coisas fantásticas, e organizados com esta qualidade, faz com que as pessoas saiam daqui de coração cheio, e se vão de coração cheio para as suas comunidades têm maior facilidade em passar esta felicidade”, destacou o coordenador do Secretariado Diocesano da Pastoral Juvenil de Coimbra.
Daniel Diogo, disse à Agência ECCLESIA, que “quem trabalha feliz, trabalha bem”, e na diocese “há muito esta vontade de continuar”, em acompanhar os grupos, tanto da parte do secretariado diocesano, “um contacto direto com os animadores”, da parte também do SDJ, “de fazer com os seus locais”.
Por usa vez, o coordenador-geral do Serviço Diocesano da Juventude de Coimbra destacou a presença de pessoas de toda a diocese no ‘For God Shake Festival’, “um dia onde a música é presença”, pelos três palcos passaram “11 grupos de música e tem sido incrível”.
O ‘For God Shake Festival’ nasceu em 2023, integrado na caminhada da Diocese de Coimbra para a JMJ Lisboa 2023, “aconteceu nos Dias das Dioceses em Coimbra com 25 mil pessoas”, e, segundo Hugo Monteiro, “era para ser um evento único”, mas “as pessoas começaram a questionar-se” por uma nova edição.
“A juventude precisa disto também, momentos assim de encontro. A linguagem é jovem, mas é aberto a todos”, realçou à Agência ECCLESIA, explicando, a partir do nome do festival, que é importante também agitarem “as águas”, porque “o jovem também precisa de ser abanado”, alguns mais instalados ou teimosos em sair do sofá.
Estamos a procurar que haja alguns momentos e alguns sinais visíveis numa linguagem jovem, e a música tem sempre esta linguagem juvenil, tem um poder imenso, com uma mensagem para avivar dentro dos jovens essa chama da fé e essa chama da Jornada Mundial da Juventude, como experiência única” – D. Virgílio Antunes
Daniel Diogo, coordenador do Secretariado Diocesano da Pastoral Juvenil de Coimbra, adiantou ainda que vão continuar a “trabalhar todos em comunhão, rumo a ser peregrinos da esperança”, no contexto do Ano Santo 2025.
D. Virgílio Antunes, em nome do Secretariado Diocesano da Pastoral Juvenil de Coimbra, anunciou a data do Festival Diocesano da Canção Jovem 2025, que vai se realizar no dia 10 de maio, com o tema ‘Peregrinos da Esperança’, no contexto do próximo Ano Santo da Igreja Católica.
HM/CB/OC
O Grupo ‘Jovens do Mundo’, de Pedrulha, na Unidade Pastoral Portas de Coimbra, foi um dos muitos que participaram no ‘For God Shake Festival’ 2024, Francisca Gomes afirma que queriam “mesmo participar” e foi a “união” que os levou até Ansião. “É a nossa fé que nos mantém no nosso dia-a-dia para estarmos fortes. De certa forma, as nossas dinâmicas não mudaram mas ficaram fertilizadas ainda mais com as Jornadas Mundiais da Juventude”, explicou a jovem de Coimbra à Agência ECCLESIA. Segundo Francisca Gomes, “evangelizar o jovem pelo jovem” é o que tentam, mostrar “uma dinâmica nova de como ter presente a religião no dia-a-dia” e combater as ideias erradas: “Eu prometo que somos completamente normais, temos uma dinâmica normal de um jovem como qualquer outro jovem, mas isto é algo que nos dá combustível para continuarmos”. “Hoje em dia, ser jovem, às vezes, passa por termos caminhadas difíceis e muitas das vezes sentimos que aquilo que fazemos, o nosso propósito, que estamos sozinhos e que às vezes temos de caminhar sozinhos. E atividades como estas provam exatamente o contrário e mostram no final que somos mais do que aquilo que pensamos”, desenvolveu João Gomes, realçando que a “evangelização do jovem pelo jovem é um dos motivos que faz ficar e continuarem ano após ano. O Grupo de ‘Jovens do Mundo’ existe há seis anos, integra o movimento ‘Encontro Jovens Shalom’ há três ou quatro anos, e “a pegada das Jornadas é um espírito” que tentavam “incutir em todas as atividades”, antes da JMJ Lisboa, acrescentou o jovem André. “A partir das jornadas do ano passado, sinto que esse sentimento ficou reforçado em todas as nossas atividades, em tudo aquilo que fazemos, também através da participação no Festival Diocesano da Canção Jovem, salientou o entrevistado, salientando que “ser jovem cristão, como ser cristão no geral, é ser completamente contra a corrente”. “Honestamente não é fácil, mas eu creio que também é isso que dá força”, afirmou André. O coordenador do Secretariado Diocesano da Pastoral Juvenil de Coimbra destaca que, “principalmente muito depois das Jornadas”, têm constatado “um apoio crescente das paróquias e das comunidades à criação de grupos jovens e ao estímulo a esses jovens de serem ousados”. “E nós com este festival é isto que queremos, mais ousados do que criarem uma música deles, criarem uma letra e virem cantar para uma diocese inteira onde quer que estejam e conhecer outros jovens. As paróquias têm feito um trabalho muito importante, há um acompanhamento espiritual, também logístico que ajuda muito esta criação para depois dar asas aos jovens e os jovens poderem voar à vontade”, desenvolveu Daniel Diogo. “Nós não caminhamos sozinhos, caminhamos com a ajuda de Deus e caminhamos com a nossa ajuda também destes jovens todos e das pessoas que ajudam esses jovens a estes propósitos todos”, realçou João Gomes, do Grupo de ‘Jovens do Mundo’. |
Coimbra/Pastoral Juvenil: «Temos de arriscar tudo», assume D. Virgílio Antunes (c/fotos)