Numa nota pastoral publicada hoje pela agência ECCLESIA o bispo de Portalegre – Castelo Branco pede às autoridades políticas que tomem medidas de modo a assegurar que os acontecimentos deste verão não se voltem a repetir. “Agora é preciso reflectir o futuro e abrir as mentalidades a uma actuação consertada que permita renovar com menos riscos e com maior segurança, pois a razão do clima e a espontaneidade da floresta não podem justificar incúrias prolongadas na limpeza dos terrenos e a falta de acessos programados, bem assim como de reservas estratégicas de água”, escreve. O bispo não deixa de apontar o dedo aos criminosos que pretenderam “reduzir a cinzas tudo o que o território ostentava de verdura e riqueza natural da nossa gente” e pede às populações afectadas que aceitem as novas regras e as ajudas possíveis. “Esperemos que as burocracias não sirvam para demorar os processos e que alguns poucos não venham a enriquecer à custa dos flagelos alheios”, adverte D. Augusto César. A nota pastoral inclui ainda um apelo aos cristão para que se mobilizem na ajuda ao outro, com gestos de solidariedade em cadeia e uma comunhão de bens verdadeiramente fraterna. Nesse sentido informa que “abrimos a Caritas diocesana a uma acção imediata, consertada com as paróquias, para socorrer os casos mais urgentes e em colaboração com a Caritas nacional esperamos chegar mais longe.” BALANÇO DOS DANOS Num momento em que as chamas continuam a devorar o território nacional, qualquer balanço é ainda provisório, embora aquilo que o fogo já destruiu vá afectar, por muitos anos, milhares de famílias. Os incêndios mais noticiados, como os de Mação, Oleiros, Fratel, Gavião, Sertã, Sardoal, Nisa, Abrantes, Portalegre e Marvão estão dentro dos limites desta Diocese, já que as divisões eclesiásticas não coincidem com as civis. Segundo dados avançados hoje, os danos no território diocesano incluem quatro mortos e vários feridos, milhares de hectares de floresta consumida pelas chamas – concelhos houve onde ardeu 80% da sua área -, dezenas de casas e edifícios públicos destruídos, bem como capelas, termas e fábricas.
