Focolares: Encontro mundial de jovens «Genfest» foi «manifestação do mundo unido»

«É uma alegria imensa poder fazer parte deste movimento e conhecer tantas pessoas de outros países, de outras nações, de outras culturas» – Clara Lobo

Foto: Genfest – Official

Lisboa, 26 ago 2024 (Ecclesia) – O Movimento dos Focolares realizou o seu encontro mundial de jovens no Brasil, o ‘Genfest’ 2024, e desafiou os participantes, entre eles 26 portugueses, à unidade e ao amor, a partir do lema ‘Juntos para cuidar’.

“O ‘Genfest’ é efetivamente essa manifestação do mundo unido. Queremos com isso mostrar que é possível, não é uma utopia, porque no ‘Genfest’ participam pessoas de todas as latitudes, de todas as partes do mundo, e é uma manifestação visível, palpável, de que viver juntos com uma grande família humana é uma realidade”, disse Désio Manuel, que acompanha o ramo juvenil do Movimento dos Focolares, à Agência ECCLESIA.

A primeira edição do Genfest, o encontro mundial de jovens do Movimento dos Focolares, realizou-se em 1973, e a mais recente, com 26 portugueses, de 12 a 24 de julho de 2024, no Brasil, com o tema ‘Juntos para cuidar’, destinada a jovens dos 18 aos 35 anos.

Na primeira semana (12 a 18 de julho) os jovens fizeram voluntariado, num dos 40 projetos e organizações no Brasil e vários países da América Latina; Lucas Lobo lembra que estiveram “num lar de acolhimento”, que tem o objetivo de “dar família aos que estão abandonados”, no Estado de São Paulo.

“E tinha pessoas de todas as idades. Eu diria que o mais novo tinha, se calhar, um ano, nem tanto, e a mais velha tinha 88. Tinha ali uma dinâmica muito interessante, mais dinâmica do que um lar normal vivendo apenas da providência”, explicou o jovem português, em entrevista ao Programa ECCLESIA, transmitido hoje na RTP2.

Foto: Genfest – Official

De 19 a 21 de julho, decorreu o evento central do ‘Genfest’ 2024, que deu a conhecer experiências, partilhou estratégias de paz e de fraternidade, no Santuário nacional de Aparecida, e, na terceira e última fase (de 21 a 24 de julho) os jovens foram distribuídos por grupos em oito áreas: Economia e trabalho; intercultura e diálogo; espiritualidade e direitos humanos; saúde e ecologia; arte e compromisso social; educação e pesquisa; comunicação e meios de comunicação social; cidadania ativa e política.

Clara Lobo, com 20 anos de idade, participou na Comunidade de Arte e Compromisso onde teve “a oportunidade de conhecer várias pessoas”, ter uma professora a ensinar mais sobre dança, participou em “vários workshops da banda do Movimento dos Folclores ‘Gen Verde’.

Já Lucas Lobo escolheu a Comunidade de Educação e Investigação porque está a terminar os seus estudos e sempre se interessou pela “educação e também em investigação”, e como é que, através da educação, podem “ajudar a criar um mundo mais unido”.

Independentemente da nossa religião, o nosso ideal é o amor, é nisto que nós nos queremos focar e é através do amor que vamos realizar as nossas diferentes comunidades”.

Clara Lobo trabalha na área da restauração e da hotelaria e, depois desta experiência no ‘Genfest’ 2024, a partir do lema ‘Juntos para Cuidar’, contou que vai “estar sempre atenta aos outros – aos clientes, aos colegas -, nos momentos mais difíceis, mais complicados”, e “estar lá para ouvir, para cuidar da pessoa, se for necessário”.

O Movimento dos Focolares em Portugal, na sua página online, informa que no final do ‘Genfest 2024’ foi elaborado um documento com os novos passos e projetos, “já criados ou em curso, para a construção de um mundo pacífico e mais unido”, “mais justo e fraterno”, que vão apresentar no ‘Summit of the Future’ da ONU – Nações Unidas, que vai decorrer nos dias 22 e 23 de setembro, na sede da organização, em Nova Iorque.

LS/CB/OC

O Movimento dos Focolares foi fundado por Chiara Lubich (1920-2008), nascida Silvia Lubich, durante a Segunda Guerra Mundial, em 1943, na cidade italiana de Trento, e está presente em 182 países.

Désio Manuel explica que os objetivos dos jovens do movimento, “como de todo o movimento”, é contribuir com todos os outros atores sociais ou religiosos “para um mundo mais fraterno, mais unido”, também atuando em cada realidade, “num ambiente de trabalho, ou na universidade, na escola, em casa”, com os colegas, com os amigos, com os vizinhos, porque “tudo pode ser uma ferramenta, um motivo para construir a unidade, para construir a paz”.

“Por exemplo, em Portugal, temos feito várias atividades que vão desde ações ecológicas, como limpeza de praias, ou plantação de árvores, ou de ajuda aos mais necessitados, muitas vezes colaboramos com outras instituições, como a ReFood. Esse pensar global, mas um agir local, que se concretiza a esse próximo que está ao meu lado”, desenvolveu o entrevistado que acompanha o ramo juvenil dos Focolares.

Os dois irmãos entrevistados, jovens da Diocese de Setúbal, fazem parte dos Focolares desde que nasceram, os seus pais conheceram-se “através do movimento” que tem “várias propostas para qualquer uma das idades”, assinalou Lucas Lobo.

“É mesmo uma alegria imensa poder fazer parte deste movimento e conhecer tantas pessoas de outros países, de outras nações, de outras culturas”, salientou Clara Lobo.

Já Désio Manuel conheceu este movimento ecuménico e interreligioso em Angola, onde a unidade fazia dos seus membros, “uma família, embora de várias partes do país e de muitas culturas diferentes, fala-se mais de 40 línguas em Angola”.

Os Focolares chegaram a Portugal há 58 anos, têm um Centro Nacional, a Cidadela Arco-Íris, na Abrigada, em Alenquer; em 2016 celebrou o cinquentenário de presença em território nacional.

 

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Agência ECCLESIA

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