Finanças: Vaticano satisfeito com resultados da avaliação do Conselho da Europa

Primeiro relatório do Moneyval deixa recomendações que os responsáveis da Santa Sé prometem implementar

Cidade do Vaticano, 18 jul 2012 (Ecclesia) – O subsecretário do Vaticano para as Relações com os Estados manifestou hoje a sua satisfação perante os resultados do primeiro relatório do Conselho da Europa (CE) sobre as finanças da Santa Sé.

Monsenhor Ettore Balestrero disse aos jornalistas que o relatório do Moneyval, organismo do CE especializado na luta contra a lavagem de dinheiro, é um passo em frente no “compromisso constante de conjugar o compromisso moral com a excelência técnica” nesta matéria.

Este responsável referiu que, por parte do Vaticano, há “consciência do que falta ainda cumprir” e manifestou a intenção de “reforçar o sistema” de supervisão.

O relatório, publicado esta manhã, aponta limitações na aplicação de 23 recomendações do do Grupo de Ação Financeira (GAFI), organismo intergovernamental, com destaque para sete áreas consideradas “essenciais” para a luta contra a lavagem de dinheiro e o financiamento do terrorismo.

O subsecretário do Vaticano para as relações com os Estados frisou a importância de “atingir quanto antes” os padrões internacionais.

Em dezembro de 2010, Bento XVI instituiu uma Autoridade para a Informação Financeira (AIF), para garantir maior transparência nas finanças da Santa Sé (órgão de governo da Igreja Católica) e combater o crime económico, e criou um novo quadro jurídico, que entrou em vigor a 1 de abril de 2011 e foi revisto, após a visita dos técnicos do Moneyval, a 25 de janeiro deste ano.

Monsenhor Ettore Balestrero sublinha que, para a Santa Sé, “este percurso representa, acima de tudo, um compromisso moral e não estritamente técnico”, embora seja necessária a “conformidade e concretização efetiva dos padrões internacionais”.

Este responsável destacou que o Estado da Cidade do Vaticano “não é um centro financeiro e as suas atividades financeiras são destinadas a apoiar obras de caridade e de religião”.

O relatório sublinha que podem existir “conflitos de interesses” pelo facto de as mesmas pessoas desenvolveram atividades numa entidade vigiada e noutra de supervisão.

Segundo monsenhor Balestrero, há “vontade da Santa Sé e do Estado da Cidade do Vaticano de serem um parceiro de confiança na comunidade internacional”.

O Vaticano aderiu em janeiro deste ano à convenção da ONU contra o crime organizado transnacional e à convenção internacional para a repressão do financiamento do terrorismo, além de ter ratificado a Convenção das Nações Unidas contra o tráfico de drogas.

OC

Notícia atualizada às 15h00

 

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Agência ECCLESIA

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