Finanças: Santa Sé regista excedente de 1,6 milhões de euros e aponta para «direção positiva»

Balanço Consolidado de 2024 evidencia «recuperação significativa»

Cidade do Vaticano, 26 nov 2025 (Ecclesia) – A Santa Sé encerrou o ano de 2024 com um excedente de 1,6 milhões de euros, recuperando do défice de 51,2 milhões registado no ano anterior, anunciou hoje a Secretaria para a Economia do Vaticano.

O Balanço Consolidado de 2024, enviado aos jornalistas, evidencia uma “recuperação significativa” e uma “direção claramente positiva” nas contas da Igreja Católica, embora os responsáveis apelem à prudência.

O prefeito da Secretaria para a Economia, Maximino Caballero Ledo, destacou que o documento evidencia “um progresso significativo na consolidação da situação económica da Santa Sé”, mas alertou que este caminho exigirá confirmações futuras.

“A sustentabilidade financeira não é apenas um objetivo possível, mas uma condição necessária para garantir a continuidade da missão”, afirmou o responsável, em declarações aos meios de comunicação do Vaticano.

A melhoria dos resultados baseia-se numa redução de quase 50% do défice operacional, que passou de 83 milhões para 44 milhões de euros, fruto de um aumento de 79 milhões de euros nas receitas e de medidas de controlo de despesa.

O relatório explica que este aumento de receitas provém “principalmente de doações e gestão hospitalar” e que os cortes de custos permitiram compensar parcialmente a inflação e o aumento dos gastos com pessoal.

A gestão financeira desempenhou um papel crucial, gerando resultados positivos de 46 milhões de euros, impulsionados pela realização de mais-valias e pelo início das atividades do Comité de Investimentos.

Se forem excluídas as instituições hospitalares, o excedente da Santa Sé sobe para 18,7 milhões de euros, um dado que a Secretaria para a Economia pede que seja interpretado com cautela, pois foi influenciado pela venda pontual de investimentos históricos.

“Não se trata apenas de manter o equilíbrio orçamental, mas de reforçar a capacidade da Santa Sé de utilizar da melhor forma cada contribuição recebida”, sublinhou Maximino Caballero Ledo.

Quanto à aplicação dos recursos, o relatório detalha que foram destinados 393,29 milhões de euros à missão apostólica e aos fundos pontifícios.

A maior fatia deste montante, cerca de 37% (146,40 milhões de euros), foi dedicada ao “apoio às Igrejas locais em dificuldades e em contextos específicos de evangelização”.

As restantes despesas repartem-se pelo culto e evangelização (14%), comunicação da mensagem do Papa (12%), Nunciaturas Apostólicas (10%) e serviço da caridade (10%).

Para o prefeito da Secretaria para a Economia, o objetivo destas medidas é tornar “mais sólido e sustentável” o serviço à missão da Igreja.

OC

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