Finanças: Cúria Romana reduz défice para 11 milhões de euros em 2019

Saldo negativo tinha sido de 75 milhões em 2018

Foto: Ricardo Perna/Família Cristã

Cidade do Vaticano, 01 out 2020 (Ecclesia) – O Vaticano divulgou hoje o balanço consolidado da Cúria Romana, organismos centrais de Governo da Santa Sé, que em 2019 teve um défice de 11 milhões de euros.

O resultado representa uma melhoria face a 2018, quando o saldo negativo chegou aos 75 milhões.

O prefeito da Secretaria para a Economia (Santa Sé), padre Juan Antonio Guerrero, assinala em entrevista enviada à Agência ECCLESIA que os resultados beneficiaram de uma nova lógica de “investimentos” e destaca a necessidade de transparência na gestão financeira.

“A economia da Santa Sé tem de ser uma casa de vidro, os fiéis têm o direito de saber como usamos os recursos”, refere o religioso jesuíta ao ‘Vatican Media’.

O responsável escolhido pelo Papa para gerir as contas da Santa Sé sublinha que os montantes em causa – 307 milhões de euros de receitas, 318 milhões de despesas -, na Cúria Romana, são inferiores aos de “alguns liceus nos Estados Unidos”.

Os ativos líquidos dos organismos centrais de Governo do Vaticano ascendem aos 1402 milhões de euros.

Em relação ao Estado da Cidade do Vaticano e suas diversas instituições, o património líquido chega aos 4 mil milhões de euros.

“Se tivéssemos de consolidar tudo, em 2019 não haveria défice”, indica o padre Juan Antonio Guerrero.

O religioso admite “dificuldades” ligadas à pandemia, que se podem vir a agravar, destacando que, no caso da Cúria Romana, 54% das receitas são geradas pelo património e 14% pela atividade comercial (visitas às catacumbas, produções do Dicastério para a Comunicação e da Editora do Vaticano); os donativos das dioceses e fiéis católicos chegaram a 56 milhões de euros (18%).

Quanto às despesas, a gestão de ativos absorve 67 milhões de euros, incluindo 18 milhões em impostos; as 125 representações diplomáticas nos cinco continentes custaram 43 milhões de euros; e os organismos ligados à Comunicação implicaram gastos na ordem dos 45 milhões.

“É interessante ver como a comunicação da Santa Sé se modernizou, nestes anos, reduzindo mesmo os custos”, indica o prefeito da Secretaria para a Economia.

Quanto à Biblioteca e Arquivos do Vaticano, o padre Juan Antonio Guerrero destaca que trabalham “com dignidade e, relativamente, com pouco”.

Uma das medidas a adotar nos próximos meses passa pela centralização dos investimentos da Cúria Romana, para promover “uma maior transparência e um controlo mais preciso”, com “critérios éticos, sustentáveis, de bom governo e profissionais”.

OC

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Agência ECCLESIA

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