Finanças: Banco do Vaticano apresenta lucros de 86,6 milhões de euros

Primeiro relatório anual apresentado como novo passo rumo à «transparência» total da instituição

Cidade do Vaticano, 31 jul 2013 (Ecclesia) – O Instituto para as Obras de Religião (IOR), conhecido como o Banco do Vaticano, apresentou hoje pela primeira vez o seu relatório anual, revelando um lucro de 86,6 milhões de euros em 2012.

O documento, divulgado no novo site da instituição, tem uma centena de páginas e revela que a atividade do último ano permitiu ao IOR contribuir com 54,7 milhões de euros para o orçamento da Santa Sé.

Segundo os responsáveis da instituição, a publicação do relatório insere-se nos esforços de dotar as suas atividades de total “transparência”.

A comissão de cardeais que acompanha o instituto destaca, na introdução ao documento, que “desde que a primeira lei contra o branqueamento de capitais no Estado da Cidade do Vaticano entrou em vigor, a 1 de abril de 2011, o IOR embarcou numa viagem de reforma, na qual a transparência é um elemento chave”.

O relatório apresenta o trabalho da instituição em 2012 e nos primeiros oito meses de 2013, com 60 páginas de declarações financeiras detalhadas e uma certificação da KPMG (sociedade internacional de auditoria).

O ‘Banco’ do Vaticano gere perto de 18 900 contas, correspondentes a 6,3 mil milhões de euros em ativos.

Entre 2011 e 2012 foram fechadas mais de 2000 contas “inativas”.

As ordens religiosas representam metade dos clientes, seguidas pelos trabalhadores da Santa Sé e das nunciaturas [embaixadas] (15%); cardeais, bispos e clero (13%); dioceses (9%).

O presidente do instituto, Ernst Von Freyberg, disse à Rádio Vaticano que o IOR já fez “um longo caminho rumo à transparência e à conformidade” com as regras internacionais.

O Papa criou em junho uma comissão de inquérito para o IOR, que tem como finalidade recolher “informações precisas sobre a situação jurídica e as várias atividades do Instituto”.

O Instituto para as Obras de Religião foi fundado em 1942 por decreto papal e o seu objetivo é “servir a Santa Sé e a Igreja Católica em todo o mundo”, destaca o Vaticano.

O IOR protege o património de um grupo “claramente determinado de pessoas físicas e jurídicas” com filiação na Igreja Católica, definida pelo direito canónico ou pelo direito do Estado da Cidade do Vaticano.

O governo do instituto é constituído por uma comissão cardinalícia, um prelado, um Conselho de Supervisão e uma direção.

OC

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Agência ECCLESIA

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