Primeiro-ministro polaco convidou mesmo o Papa a regressar ao seu país natal O passado fim-de-semana de João Paulo II ficou marcado por uma agenda particularmente preenchida, onde se incluíram uma cerimónia de canonização com duas horas e meia e a visita do líder da Igreja anglicana ao Vaticano. Nas várias aparições públicas o Papa aparentou melhor forma física e o primeiro-ministro polaco, de visita ao Vaticano na sexta-feira, convidou mesmo João Paulo II a regressar a seu país, segundo ele mesmo revelou à imprensa no dia seguinte. «O Papa disse o que sempre disse no passado: irei se Deus mo permitir», declarou Miller em declarações à margem da Conferência Inter-governamental da União Europeia sobre a futura Constituição. O Papa «mantém uma lucidez de espírito magnífica» e “estava em boas condições físicas», acrescentou. O arcebispo da Cantuária, Rowan Williams, foi outra das pessoas que este sábado manifestou a sua admiração pela “coragem indomável do Papa” na luta contra a doença. “Todos estamos conscientes de que o Papa luta contra a sua falta de saúde, mas a impressão mais importante que gostaria de partilhar é a extraordinária e indomável vontade que vive nele”, referiu o primaz da Igreja anglicana em conferência de imprensa. A cerimónia de canonização de três novos santos, que decorreu neste Domingo, foi outro dos momentos em que a presença do Papa foi um pouco melhor que nos últimos dias. Acusando o esforço da longa cerimónia de duas horas e meia, João Paulo II foi dando mostras de cansaço mas manteve a sua força anímica até ao fim, terminando a saudar os grupos presentes e a confirmar a presença em Pompeia, para onde se desloca de helicóptero no dia 7 de Outubro. “O momento da canonização ganhou muita densidade com a situação de saúde do Papa. As pessoas têm a sensação de que ele está muito doente, mas ele esteve sempre atento, a sua atitude para com as pessoas não é a de um moribundo, longe disso”, assegura o Pe. António Rego, director do Secretariado Nacional das Comunicações Sociais da Igreja Católica, que testemunha em Roma o ambiente vivido em torno do Papa durante estes dias. “Ainda hoje, numa sala repleta para a audiência aos peregrinos que vieram aqui por causa das canonizações de Daniel Comboni, Arnold Janssen e Josef Freinademetz, cumprimentou pessoalmente mais de cem pessoas e deixou uma clara mensagem de esperança a todos”, acrescentou.