Fim da violência no Líbano e na Faixa de Gaza

Na oração do angelus, apelos à paz, ao diálogo entre fé e razão e ao fim da doença da lepra Na oração mariana do Angelus, Bento XVI dirigiu um forte apelo a que se renuncie à violência no Líbano e na Faixa de Gaza. O Papa recordou que “nos dias passados a violência voltou a ensanguentar o Líbano. É inaceitável que se percorra este caminho para sustentar as suas razões políticas”. “Sinto uma muita pena por esta querida população. Sei que muitos libaneses são tentados a perder toda a esperança, sentindo-se como que desorientados por tudo o que está a acontecer”. Bento XVI recordou as palavras de sua beatitude o cardeal Nasrallah Pierre Sfeir, denunciando os confrontos fratricidas, unindo-se e a todos os outros responsáveis religiosos do Líbano: “Invoco a ajuda de Deus para que todos os libaneses indistintamente possam e queiram trabalhar conjuntamente para fazer da sua pátria uma verdadeira casa comum, superando aquelas atitudes egoístas que impedem de assumir verdadeiramente a responsabilidade pelo seu próprio país”. Aos cristãos do Líbano, o Papa repete a exortação a serem promotores de um autêntico diálogo entre as várias comunidades, ao mesmo tempo que invoco para todos a protecção de nossa Senhora do Líbano”. Finalmente, o apelo a que cessem as violências na Faixa de Gaza. “A toda a população desejo exprimir a minha proximidade espiritual e assegurar a minha oração, para que em todos prevaleça a vontade de trabalhar conjuntamente para o bem comum, empreendendo vias pacíficas para resolver as diferenças e tensões”. S. Tomás de Aquino Na mensagem que dirigiu aos peregrinos que se encontravam na Praça de S. Pedro e a quantos o ouviam pelos media, começou por referir que “fé e razão não devem ter medo uma da outra”; devem, pelo contrário, “encontrar-se e dialogar”. Há que superar “a esquizofrenia” provocada pela “tendência a considerar verdadeiro só o que se pode experimentar. Considerações de Bento XVI no contexto da celebração da memória litúrgica de S. Tomás de Aquino (neste dia 28 de Janeiro). “Com o seu carisma de filósofo e de teólogo, ele oferece um válido modelo de harmonia entre razão e fé, dimensões do espírito humano que se realizam plenamente encontrando-se e dialogando entre si. Para São Tomás, a razão humana «respira» (por assim dizer): isto é, move-se num horizonte amplo, aberto, onde pode exprimir o melhor de si. Quando pelo contrário o homem se reduz a pensar apenas em objectos materiais e experimentáveis, fechando-se às grandes interrogações sobre a vida, sobre si mesmo e sobre Deus, empobrece-se. A relação entre fé e razão constitui um sério desafio para a cultura actualmente dominante no mundo ocidental”. “Na realidade, o desenvolvimento moderno das ciências traz consigo inumeráveis efeitos positivos, que há que reconhecer” Contudo – advertiu Bento XVI – “a tendência a considerar verdadeiro apenas o que se pode experimentar constitui uma limitação da razão humana e produz uma terrível esquizofrenia”, referiu. É urgente , portanto, redescobrir de modo novo a racionalidade humana aberta à luz do Logos divino e à perfeita revelação que é Jesus Cristo, Filho de Deus feito homem. Quando é autêntica, a fé cristã não mortifica a liberdade e a razão humana; e então, por que é que fé e razão hão-de ter medo uma da outra, se encontrando-se e dialogando se podem exprimir do melhor modo? A fé supõe a razão e aperfeiçoa-a. (…) A razão humana nada perde abrindo-se aos conteúdos da fé, mais ainda, estes requerem a sua adesão livre e consciente”: A concluir esta alocução, antes do Angelus dominical, o Papa recordou ainda que São Tomás de Aquino “conseguiu instaurar um frutuoso confronto com o pensamento árabe e hebraico do seu tempo, a ponto de ser considerado um mestre, ainda hoje actual, de diálogo com outras culturas e religiões. “Ele soube apresentar aquela admirável síntese cristã entre razão e fé que para a civilização ocidental representa um precioso património, do qual tirar partido também hoje para dialogar eficazmente com as grandes tradições culturais e religiosas do Leste e do Sul do mundo”. Dia Mundial dos Leprosos Na referência à celebração do Dia Mundial dos Doentes da Lepra, o Papa dirigiu uma saudação a todos os que sofrem desta doença, “que é também uma praga social”. Bento XVI assegurou a sua oração, e faz votos de que todos beneficiar de tratamentos adequados, em condições dignas. O Papa encorajou todos os operadores do mundo da saúde e os voluntários que os assistem. “Por esta nobre causa – recordou o Papa – se entregaram Raul Folereau e o bem-aventurado padre Damião, apóstolo dos leprosos de Molokai”. No sol de Inverno Presentes neste domingo, na Praça de São Pedro, sob um esplêndido sol de Inverno, milhares de crianças e adolescentes da Acção Católica da diocese de Roma, na conclusão de um Mês de reflexão e oração pela paz. Ao lado do Papa, à janela dos seus aposentos, duas destas crianças. Uma menina dirigiu, a dado momento, uma saudação a Bento XVI, pondo depois em liberdade duas pombas brancas, símbolo da paz. “Mas os verdadeiros mensageiros da paz, sois vós!” – exortou o Papa. Com as asas da bondade e da fé, levai a todos a alegria de serdes filhos do mesmo Pai que está nos céus, e a alegria de viverdes como irmãos”.

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