Filipinas: Papa recebeu pai de voluntária morta em acidente

Francisco ficou «impressionado» com a fé que encontrou no país

Manila, 18 jan 1015 (Ecclesia) – O Papa recebeu hoje em Manila o pai da voluntária Kristel Padasas, de 27 anos, que morreu no sábado junto ao local onde Francisco presidiu à Missa em Tacloban, ilha de Leyte, revelou o Vaticano.

A jovem foi atingida por uma estrutura metálica que caiu por causa da tempestade que se abateu sobre a cidade, uma das mais atingidas pelo supertufão Haiyan em novembro de 2013.

O encontro decorreu na Nunciatura Apostólica de Manila, durante mais de 20 minutos, com a tradução do cardeal Luis Antonio Tagle, arcebispo local.

O porta-voz do Vaticano, padre Federico Lombardi, precisou que duas fotos de infância de Kristel Padasas; a mãe da jovem estava em Hong Kong, na altura do acidente, e vai voltar às Filipinas esta segunda-feira.

A voluntária trabalhou com a organização internacional de caridade dos bispos norte-americanos ‘Catholic Relief Services’, congénere da Cáritas, num projeto de reconstrução após o Haiyan.

Esta manhã (02h00 em Lisboa), durante um encontro com jovens, o Papa evocou a “notícia triste” deste falecimento.

“Tinha 27 anos, era jovem como vocês”, referiu Francisco, que pediu uma oração pela vítima do acidente e pelos seus pais, lembrando que era filha única.

O cardeal Tagle disse em conferência de imprensa que o Papa ficou “impressionado” com a fé deste país que, apesar do choque, se mostrou conformado e disse mesmo que a sua filha tinha arranjado forma de lhe oferecer uma “audiência privada” com Francisco.

O arcebispo de Manila revelou ainda que o Papa lhe perguntou várias vezes quantas pessoas estavam nas ruas, ao longo do percurso até ao Parque Rizal.

A este respeito, o porta-voz do Vaticano revelou que as autoridades filipinas comunicaram à Santa Sé que havia entre 6 a 7 milhões de pessoas, “o maior evento da história da Igreja, pelo menos”.

O padre Federico Lombardi afirmou que o Papa ficou muito “sensibilizado” com o acolhimento que recebeu nas Filipinas, onde poderia voltar em 2016.

O cardeal Luis Antonio Tagle recordou que o arquipélago acolhe no próximo ano o Congresso Eucarístico Internacional e, nesse sentido, convidou Francisco a repetir a visita.

“Esperemos”, acrescentou.

O arcebispo de Manila assinalou, por outro lado, que o Papa quis cumprimentar pessoalmente os líderes de outras religiões, ao início da manhã, e destacou o “chamamento missionário” feito para toda a Ásia.

Neste contexto, o arcebispo admitiu que a China está “muito presente” na ação da Igreja Católica nas Filipinas, recordando que há no arquipélago 20 mil estudantes chineses, além de padres e religiosos.

“Ajudamo-los, em especial aqueles que no futuro serão professores ou responsáveis pela formação”, precisou.

O voo papal desta segunda-feira vai sobrevoar o território chinês, pelo que o Papa vai enviar uma mensagem ao chefe de Estado, como aconteceu em agosto de 2014, aquando da viagem à Coreia.

Na a primeira vez que um Papa passou pelo espaço aéreo da China, Francisco dirigiu-se ao presidente Xi Jinping, “invocando as bênçãos divinas da paz e bem-estar para a nação”.

OC

Notícia atualizada às11h55

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Agência ECCLESIA

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