Francisco assinala solenidade de Todos os Santos, recordando santidade «escondida» na Igreja
Cidade do Vaticano, 01 nov 2024 (Ecclesia) – O Papa associou-se hoje a todos os que nas próximas horas vão visitar os cemitérios, um gesto que vai realizar em Roma, este sábado, na comemoração de todos os fiéis defuntos.
“Aqueles que podem, nestes dias, vão rezar junto do túmulo dos seus entes queridos. Amanhã, também eu irei celebrar a Missa no cemitério Laurentino de Roma. Não nos esqueçamos que a Eucaristia é a maior e mais eficaz oração pelas almas dos defuntos”, disse, desde a janela do apartamento pontifício, antes da recitação do ângelus.
Na solenidade de Todos os Santos, Francisco elogiou as vidas dedicadas “ao serviço dos outros, com uma caridade cada vez mais universal”, falando dos santos como “pessoas cheias de Deus, incapazes de permanecer indiferentes às necessidades do próximo”.
Tudo isso vemos na vida dos santos, também do nosso tempo. Pensemos, por exemplo, em São Maximiliano Kolbe, que em Auschwitz pediu para tomar o lugar de um pai de família condenado à morte; ou em Santa Teresa de Calcutá, que passou sua existência a serviço dos mais pobres entre os pobres; ou no bispo São Óscar Romero, assassinado no altar por ter defendido os direitos dos últimos contra os abusos dos prepotentes”.
O Papa falou dos “tantos santos” que marcaram a história das comunidades católicas: “Aqueles que veneramos nos altares e aqueles outros, a que gosto de chamar os santos da porta do lado, de todos os dias, escondidos, que praticam a sua vida cristã quotidiana”.
“Irmãos e irmãs, quanta santidade escondida há na Igreja”, acrescentou.
Citando a sua nova encíclica, ‘Dilexit nos’, Francisco pediu que os católicos se esforcem por ter um “coração semelhante” ao de Cristo.
“Deus deixa-nos a liberdade de seguir as suas boas inspirações, de nos deixarmos envolver por seus projetos, de fazer nossos os seus sentimentos”, observou.
No dia 1 de novembro, a Igreja celebra a solenidade litúrgica de Todos os Santos, data inicialmente adotada na Inglaterra do século VIII acabando por se generalizar progressivamente no império de Carlos Magno, tornando-se obrigatória no reino dos Francos no tempo de Luís, o Pio (835), provavelmente a pedido do Papa Gregório IV (790-844).
Segundo a tradição, em Portugal, no dia de Todos os Santos, as crianças saíam à rua e juntavam-se em pequenos grupos para pedir o ‘Pão por Deus’ de porta em porta.
O Papa desejou a todos uma “bonita festa na companhia dos santos.”
Já a comemoração de todos os fiéis defuntos remonta ao final do primeiro milénio: foi o abade de Cluny, Santo Odilão, quem no ano 998 determinou que em todos os mosteiros da sua Ordem se fizesse nesta data a evocação de todos os defuntos ‘desde o princípio até ao fim do mundo’.
Durante a I Guerra Mundial, o Papa Bento XV generalizou esse uso em toda a Igreja (1915).
OC
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