Jovens manifestam-se através de uma cultura incompreendida A Corrupção e a Ecologia são os temas da 2ª Edição do Festival de Hip Hop organizado pela Fundação Filos e a Margem Lda, no Lar Juvenil dos Carvalhos, nos dias 4 e 5 de Novembro. Depois da experiência realizada em Outubro do ano passado, a organização promove este ano o Festival de Hip Hop com um novo formato, o de Feira com venda de produtos relacionados com a própria cultura Hip Hop. Na base desta iniciativa está a “tentativa de perceber o que são os códigos e as linguagens, hoje, das novas gerações, sobretudo daquelas que vivem em situações sociais diferentes”, disse à Agência Ecclesia, o Pe. José Maia, presidente da Fundação Filos. “O Hip Hop é uma cultura que se manifesta nas expressões da música, da dança e do grafiti, e que comunicam de certa forma a maneira como muita gente se exprime”, comentou aquele sacerdote. Citando um artigo do Semanário Expresso, o Pe. Maia refere que 65% dos portugueses não concordam com o Hip Hop, pelo que afirma identificar-se, ele próprio, “com os restantes 45 % que entendem que há gente que se manifesta por essa via”. Assim, a 2ª Edição deste Festival tem a preocupação social de “ir ao encontro daqueles que se exprimem e pensam de outra maneira, para que saibamos como estes reagem a certas iniciativas”, afirmou. Constituído por concursos de dança, música e grafiti, no Festival de Hip Hop participam sobretudo jovens, estudantes, universitários que usam esta forma de expressão para falar, criticar e manifestar o seu ponto de vista sobre determinados problemas. É a atitude de uma pequena percentagem de jovens de uma geração que o Pe. José Maia gostava que fosse mais interventiva. “Tenho medo da apatia dos jovens! Tomara que tivéssemos uma geração interveniente que se manifestasse aos mais variados níveis” revelou à Agência Ecclesia. “Não digo que tudo tenha de ser Hip Hop porque a nossa sociedade é plural, mas essa gente tem de ser acolhida e entendida”, acrescentou. Sobre a expressão de linguagem pelo grafiti, o Pe. Maia considera que “não se pode chamar grafiti a certas expressões de mau gosto, de racistas e de outros movimentos que apenas sujam paredes. Quando se fala de grafiti, fala-se de gente que tem arte e sensibilidade e que quer verbalizar, no seu ponto de vista, questões que entendem que devem ser faladas”. Por tudo isto afirma estar na expectativa para ver como vão ser tratados os temas deste ano. Programa Dia 4 – Sexta 15:00 Workshop Graffiti – com o writer internacional Casroc WorkShop Djing – com DJ Guze (“Dealema”) 21:00 Concursos – Djing, Música e Freestyle Actuação – Sagas (“Micro”) Actuação – Fuse (“Dealema”) Actuação – Dj D-One e DJ Guze (“Dealema”) Dia 5 – Sábado 15:00 Worshop BreakDance – com Gabi Concurso – Graffiti 21:00 Concurso – BreakDance e Hip Hop New School Actuação – “Madvision” (Tekilla e Kacetado) Actuação – “Sindikato Sonoro” (Mundo, Berna e Né) Actuação – DJ Tombo Actuação – Dj Jota
