Para quem a tenha acompanhado desde o início, custa a acreditar que faz já 10 anos (dez!) a Festa do Cinema Francês. Importante marco no panorama cinematográfico português, é graças a esta sensacional festa que vimos conhecendo o que de melhor se faz por terras francesas. A ligação entre os dois países não se estreita apenas neste evento, mas nas inúmeras co-produções até hoje produzidas, sobretudo, pelo investimento cinematográfico de Paul Branco. Porém, é nesta festa que se celebra, no arrancar de um novo ano cinematográfico, a diversidade de géneros e origens de produção e co-produção francófonas, mais e menos candidata ao circuito comercial, de entre as cerca de três centenas de filmes que o país “fabrica” anualmente. Tal espectro engloba longas e curtas-metragens, dramas, comédias e policiais, animações e thrillers. Além destes, primeiras obras e, este ano, uma retrospectiva da actriz Jeanne Balibar a par de uma justíssima homenagem à cineasta Agnès Varda.
Ao longo do seu crescimento, não se bastando a filmes propriamente ditos, a Festa acrescentou já uma dose de eventos que animou a população de Lisboa, como foi o caso do concerto de Jane Birkin. Até 10 de Novembro, entre Lisboa, Porto, Coimbra, Faro, Almada e Guimarães há muito por onde escolher – e para a melhor selecção nada como consultar o programa detalhado em www.festadocinemafrances.com.
Não tão crescido, mas igualmente indispensável no calendário de festivais nacionais, chega já dia 15 o DOCLISBOA que, como o nome indica, traz à capital pelo sétimo ano consecutivo uma belíssima selecção de cinema documental até 25 de Outubro.
Com competição internacional e nacional de longas, médias e curtas metragens, uma secção dedicada ao documentário de origem Jugoslava e uma retrospectiva da lenda viva do cinema independente norte-americano Jonas Mekas, não faltará por onde escolher nesta homenagem a um género nem sempre valorizado como merece!
Margarida Ataíde