Sacerdote da Ordem dos Carmelitas Descalços partilha ideias de locais a conhecer em tempo de descanso, a partir do Santuário do Menino Jesus de Praga
Lisboa, 22 ago 2025 (Ecclesia) – O padre Armindo Vaz, da Ordem dos Carmelitas Descalços, sugere, neste tempo de férias, a visita à Rota do Românico, no norte de Portugal, um projeto turístico-cultural, que reúne 58 monumentos.
“É sabido que uma das formas e uma das situações em que o ser humano aprende mais é viajando, e por isso, em férias, eu gosto de viajar. […] E eu propunha uma visitação, ou viagem, à região da Rota do Românico, na zona de, mais concretamente, à volta do Marco de Canaveses, concelho do Marco e arredores”, afirmou o sacerdote, em entrevista ao Programa ECCLESIA.
Segundo o padre Armindo Vaz, “fé e cultura se congraçam muito bem precisamente ali naquela região”.
Num ano em que a Igreja Católica celebra o Jubileu 2025, convocado pelo Papa Francisco e continuado pelo Papa Leão XIV, o padre Armindo Vaz propõe viajar até ao Santuário do Menino Jesus de Praga, na aldeia pitoresca de Avessadas, em Marco de Canaveses, “o único que é igreja jubilar” naquele concelho, tendo sido inaugurado em 1961.
“Ele é recente, mas há cada vez mais pessoas que vão do país para se enfrentarem com o retábulo magnífico e grandioso do Santuário do Menino Jesus de Praga. A partir dali, então, temos tantas igrejas do românico”, refere.
Entre elas está a igreja de Soalhães, monumento nacional, que, explica o padre Armindo Vaz, tem pouco do estilo românico, uma vez que “teve uma intervenção de fundo nos séculos de XVII e XVIII”.
“Mas não tem nem um centímetro de parede do corpo da igreja que não esteja coberto, revestido de azulejos ou de caixotões, o teto, ou de tábua policromada. É uma maravilha, por isso, monumento nacional”, salienta.
Além da igreja de Tabuado, o biblista recomenda visitar a “maravilhosa Casa de Quintã”, uma casa senhorial, “que hoje é um resort turístico, com piscina e verdura muito agradável”.
“Depois, podem, dali, seguir para o Mosteiro de Ancede, em Baião, que teve intervenção do arquiteto Siza Vieira para uma restauração recente, e ainda está em uma fase de restauração”, dá conta, aconselhando ainda a passar pela cidade romana de Tongobriga, também em Marco de Canaveses.
O padre Armindo Vaz destaca que cada vez mais os turistas, nacionais e estrangeiros, se vão interessando pelo património português.
“Os habitantes do Marco de Canaveses, e dali à volta, dizem que vêm pessoas do Japão para verem a igreja de Santa Maria, ali no Marco de Canaveses, que é a igreja construída pelo arquiteto Siza Vieira, e que é, para muitos, uma coisa deliciosa, para outros, é um ponto de interrogação”, relata.
Ainda no percurso pela Rota do Românico, o sacerdote da Ordem dos Carmelitas Descalços indica a “igreja do século XIII, em Vila Boa de Quires”, um complexo monástico, fazendo também a sugestão de visitar o Mosteiro beneditino de Alpendurada e ainda a Casa de Tormes de Eça de Queirós.
“Depois também podem aproveitar para visitar os Passadiços do Rio Paiva e a famosa Ponte Suspensa”, que é das “mais altas do mundo”, realça.
Neste período de descanso, com estas propostas, o padre Armindo Vaz refere que a ideia é “refrescar a memória” das “tradições” e da “espiritualidade”.
A Rota do Românico, que engloba 58 monumentos, nasceu em 1998, no seio dos concelhos que integram a VALSOUSA – Associação de Municípios do Vale do Sousa – Castelo de Paiva, Felgueiras, Lousada, Paços de Ferreira, Paredes e Penafiel, e alargou-se, em 2010, aos restantes municípios da NUT III – Tâmega (Amarante, Baião, Celorico de Basto, Cinfães, Marco de Canaveses e Resende).
| A cada sexta-feira do mês de agosto, o Programa ECCLESIA convida os entrevistados a partilharem como vivem o tempo de férias, além do comentário aos textos da Bíblia que são lidos nas Eucaristias de domingo. |
HM/LJ/PR