Dificuldades de quem fica por casa e conselhos para superar essa limitação no semanário Agência ECCLESIA
Lisboa, 05 jul 2011 (Ecclesia) – O presidente do Centro Nacional de Cultura (CNC), Guilherme d’Oliveira Martins, lembrou hoje todos aqueles para quem o período de verão vai ser de “provação e de angústia” em vez de um tempo de férias.
“A palavra crise continua a marcar a vida das sociedades ocidentais e da portuguesa em especial. Fala-se mais de depressão e menos de esperança, e é fundamental ouvir a mensagem cristã. Contudo, importa agir – empenhando-nos nas obras de misericórdia, espirituais e corporais, que não são reminiscências históricas, mas apelos exigentes e atuais para todas as pessoas”, escreve este responsável, na mais recente edição do semanário Agência ECCLESIA.
Neste contexto, fica um apelo particular aos católicos, recordando que “o cristianismo não coincide com nenhuma realidade política, mas em todas introduz uma tensão de amor, de justiça e de verdade”.
Cristina Sá Carvalho, Secretariado Nacional da Educação Cristã, fala no potencial educativo das férias e deixa o desafio: “Salvo para ver cinema, a televisão e o computador podem muito bem ser fechados durante o período das férias”.
“Também não há necessidade de passar os dias a ver montras, o que pode até ser deprimente: o ideal é que os pais se juntem com outros pais para fazer, em conjunto, a gestão da roupa e do material escolar que vai fazer falta no ano seguinte, partilhando e trocando entre si o que sobra a uns mas é indispensável para outros”, aconselha, tendo em mente dos tempos de crise.
A psicóloga observa ainda que “há muitos programas gratuitos, ou quase, para pais e filhos: explorar o conteúdo das bibliotecas, fazer visitas a museus, assistir a concertos de rua ou nalgumas instituições, preparar espetáculos organizados pelos grupos de adolescentes, um serão mostrando os dotes dos avós, dos pais, das mães”.
Paulo Neves, da Caritas da Guarda, lembra, por seu lado, “histórias de encantar” e aqueles que as contavam, na infância.
“Geralmente, estão à espera daqueles que foram a razão de ser da sua vida e que justificaram tantos sacrifícios, renúncias e canseiras pessoais. Geralmente, ainda têm histórias para continuar a contar aos que as quiserem ouvir”, assinala.
Aqui e ali, acrescenta Paulo Neves, “percebem-se perdas de lucidez, pouca vontade de falar, alguns sinais de amnésia, solidão, decrepitude” que apelam à presença de quem parte de férias, num destino “mais tranquilo, mais barato, mais alegre, mais intenso, mais reconfortante, mais terapêutico, mais feliz”.
“Vá para fora por dentro” é o conselho de Margarida Alvim, da Fundação Evangelização e Culturas, que apresenta as férias como “tempo de paragem”.
“Atrevermo-nos a reservar uns dias das nossas férias para pararmos por dentro e descansarmos em Deus, é sem dúvida uma aposta ganha. Não se trata apenas de trazer Deus para as férias, trata-se de reservar um tempo para estar de férias sobretudo com Ele”, assinala.
OC