Fenómeno religioso mais presente nos media

A presença do fenómeno religioso nos media, genericamente positiva, deve descobrir-se para lá das reportagens e das entrevistas. Ela ganha importância crescente nas propostas mediáticas de entretenimento e de ficção. O tema esteve em debate na mesa redonda “Os media e o tratamento do fenómeno religioso”, com que terminou o no II Colóquio promovido pela Comissão de Liberdade Religiosa, sobre “A religião fora dos templos”, que decorreu nos Centro Ismail, em Lisboa. Convicto de que a comunicação social “é bastante mais do que jornalismo”, Jorge Wemans, director da RTP2, defendeu que a visão do mundo é bastante mais determinada pela ficção e pelo entretenimento. E aí também se descobrem sinais do religioso, enquanto presença não institucional. “A presença do religioso deixou de estar condicionada pela agenda das instituições religiosas”, referiu Jorge Wemans recordando também que a procura do religioso é cada vez maior e para explicar fenómenos sociais, o que acontece sobretudo depois do 11 de Setembro. Hoje, os media dão espaço a actores que têm uma identidade religiosa, que não se esconde. Encontram-se cada vez mais “presenças do fenómeno religioso que não está institucionalizado”, que é auto nomo das instituições. Incontornável é o facto da presença do religioso nos media espelhar a maioria católica que existe em Portugal. Essa realidade percorreu as intervenções do debate sobre “Media e Religião”, para referir que factores que diminuem o fenómeno religioso quando é tratado nos media se acentuam quando em causa estão igrejas minoritárias. O medo, a ignorância, a desconfiança são características do diálogo, ou falte dele, entre comunicação social e instituições religiosas. António Marujo, jornalista do “Público” sublinhou o “tratamento superficial do tema religião”, muitas vezes deturpado por premissas preconceituosas que estão na base de muitas peças de informação e em peças de opinião. Exemplo positivo, na relação entre Igrejas e Meios de Comunicação Social, é o Programa “A Fé dos Homens”, em emissão há 10 anos no II canal de serviço público de televisão. A relação com a RTP foi apreciada por um dos participantes neste II Colóquio, que não deixou de lamentar o facto de tardar o acordo com o operador de serviço público de rádio, a RDP para a emissão de programas das confissões religiosas.

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Agência ECCLESIA

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