Está a decorrer em Madrid, até 21 de Julho, o Encontro Internacional do “Fé e luz”, movimento cristão que apoia as pessoas portadoras de deficiências e as suas famílias. O objectivo deste encontro é reflectir sobre a actualidade e perspectivas do movimento, vivendo tempos de oração comum e proporcionando conteúdos de formação. A capital espanhola acolhe 375 responsáveis e delegados dos 76 países em que o movimento está presente, tanto aqueles em que o movimento está há mais tempo, como os mais recentes: Colômbia, Kuwait, Palestina e Sudão. Com uma forte conotação ecuménica, o “Fé e luz” acolhe católicos, protestantes, anglicanos e ortodoxos e conta, no mundo, com 1463 comunidades. História O Movimento Fé e Luz é um movimento de leigos, fundado por Jean Vanier (fundador da “Arche”) e Marie Hélène Mathieu (Educadora especializada em trabalho com pessoas com deficiência) nas últimas décadas do séc. XX. O Fé e Luz constituiu-se em torno da constatação do isolamento social e eclesial das famílias com filhos com deficiência mental. A sua acção aborda a pessoa fraca, com deficiência, doente, moribunda, sem abrigo, enquanto possibilidade de transformação da vida de quem se aproxima deles, como se lê no site do Movimento, www.foietlumiere.org. A ideia do Movimento começou com a situação dolorosa de uma família francesa com dois filhos, com uma deficiência grave, que desejava fazer uma peregrinação a Lourdes. Tendo sido impedida de participar na peregrinação diocesana, fizeram-na isoladamente, e assim nasceu a ideia de criar uma peregrinação a Lourdes para famílias com pessoas com deficiência mental. Durante três anos pequenas comunidades organizam-se e preparam o grande acontecimento que vem a ser a Peregrinação Internacional a Lourdes em 1971. A base de todo o Movimento, ainda hoje, são as comunidades com uma dimensão média de 30 pessoas, constituídas por pessoas com deficiência mental, seus pais, irmãos e amigos, especialmente jovens, que realizam um encontro mensal. A nível nacional o Movimento tem um Conselho Nacional, dirigido por um Coordenador Nacional, eleito por três anos. O Conselho Nacional reúne duas vezes por ano e é composto pelos coordenadores regionais e pelo Capelão Nacional . É preocupação do Movimento que todas as comunidades estejam integradas nas paróquias para que se possa fomentar a integração das pessoas com uma deficiência mental nos seus contextos naturais e, em especial, na Igreja. O objectivo não é o de criar estruturas de protecção social, mas sim a criação de uma rede de suporte informal de proximidade que se articula e interage com as respostas sociais formais existentes. Inovadora é ainda a atenção especial dada aos irmãos e não só aos pais, e a criação de um meio favorável – a pequena comunidade – para o desenvolvimento de um papel activo e valorizador da experiência única de partilhar a vida com uma pessoa diferente nas suas capacidades intelectuais.