Fé e ciência podem caminhar juntas

O responsável do Vaticano para a área da cultura, Cardeal Paul Poupard, reafirmou que fé e ciência podem caminhar juntas, lembrando que “a Igreja apoia a ciência na sua busca da verdade”. Ao participar do congresso sobre o tema “ Ciência, fé e cultura”, organizado pelo Conselho Pontifício da Cultura (CPC) e o College Blackfriars da Universidade de Oxford, o Cardeal Francês explicou que “razão e fé não podem contradizer-se, já que as duas procuram compreender a verdade sobre a natureza, a natureza humana e Deus, artífice da criação”. O presidente do CPC proferiu uma conferência intitulada “Esperança e angústia: o interesse da Igreja pela ciência”. “Hoje as tendências culturais marcadas pelo relativismo, indiferença, irracionalismo e a ignorância continuam a colocar obstáculos à investigação humana da verdade”. Na sua intervenção, o Cardeal Poupard destacou que “o ensinamento da Igreja – segundo a qual a razão é o centro de todo o acto humano – pressupõe um apoio à ciência, enquanto esta ajuda a entender mais a fundo a Revelação”. A sua intervenção concluiu-se afirmando que “parte da esperança da Igreja reside na ciência e parte da actual angústia da ciência encontra a sua solução nos ensinamentos humanísticos da Igreja”. Nesta sexta-feira, 11 de Março, o Vaticano vai apresentar a segunda fase do projecto STOQ (Science, Theology and the Ontological Quest – ciência, teologia e a busca ontológica), um dos mais prestigiados programas de investigação sobre as relações entre ciência, filosofia e teologia. A iniciativa é coordenada pelo CPC, envolvendo três universidades pontifícias romanas (Lateranense, Gregoriana e Regina Apostolorum). A apresentar a segunda fase do projecto estarão o Cardeal Paulo Poupard e William R. Shea, titular da cátedra Galileana de História das Ciências, na Universidade de Pádua. O projecto pretende favorecer a relação entre as Igrejas e comunidades eclesiais cristãs com o mundo científico, procurando formar pessoal especializado no campo do diálogo entre a ciência e a fé, mediante programas específicos de estudo. Esta iniciativa e considerada pelo Cardeal Poupard como “uma nova fase do diálogo entre a ciência e a fé, num clima que mudou profundamente, tanto por parte dos cientistas, como por parte da Igreja católica”.

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