A Paróquia de Santiago e São Mateus, a Santa Casa da Misericórdia, as Irmandades e a Câmara Municipal de Sardoal, já iniciaram os preparativos das Solenidades da Semana Santa e Páscoa, que decorrem na Vila, durante os meses de Março e Abril.
Das principais celebrações destaca-se a Procissão do Senhor da Misericórdia ou Fogaréus, na Quinta-feira Santa, dia 1 de Abril, a Procissão do Enterro, dia 2 e a Procissão da Ressurreição, dia 4. “Perdem-se nas brumas do tempo e no passado das memórias, as profundas tradições de Fé e Religiosidade das gentes do Concelho de Sardoal, de que ganham especial relevo as sentidas Celebrações da Quaresma, Semana Santa e Páscoa” – realça um comunicado enviado à Agência ECCLESIA.
Nesta ocasião, a Vila ganha uma “ambiência especial, sobretudo quando se realiza a Procissão dos Passos do Senhor (dia 21 de Março), de grande simbolismo e imponência, com o Sermão do Encontro, em plena Praça da República”. “A forte emoção colectiva desta manifestação foi perdurando através dos séculos, apesar dos diversos contextos políticos e sócio – culturais” – lê-se no documento.
Também a Procissão do Senhor da Misericórdia (ou dos Fogaréus), na noite de Quinta-feira Santa, efectuada à luz de velas e archotes, confere à terra um cenário de grande misticismo. A electricidade da rede pública é desligada no percurso do Cortejo, e nas janelas das casas, varandas, sacadas e nas escadarias do Convento de Santa Maria da Caridade, são colocadas e acesas mais de seis centenas de lamparinas de azeite e cera, ou lanternas de vidro. Nesta Procissão podem ainda ser apreciados os ricos painéis provavelmente do século XVIII, pertença da Misericórdia, representando Cenas da Paixão.
De Quinta-feira Santa até Domingo de Páscoa, naquilo que se pensa ser uma tradição única e original no país, grupos de moradores, entidades institucionais e associativas elaboram tapetes à base de pétalas de flores e verduras, no chão das Capelas da Vila (Senhor dos Remédios, Sant’Ana, Santa Catarina, Nossa Senhora do Carmo, S. Sebastião e Espírito Santo) e na Igreja da Misericórdia, com “motivos alusivos de rara beleza e devoção” – sublinha.