Fátima venceu os impedimentos jacobinos

Os acontecimentos de Fátima ocorrem numa época “de profundas transformações político-ideológicas e de mentalidades em vários países da Europa” – defendeu António Teixeira Fernandes, Professor da Faculdade de Letras da Universidade do Porto, no Congresso Internacional «Fátima para o Século XXI», a decorrer em Fátima até dia 12 de Outubro. Na conferência «Reacção das correntes ideológicas e dos políticos aos eventos de Fátima», António Teixeira Fernandes realçou às centenas de participantes que o fenómeno ocorrido na Cova da Iria é identificado por algumas correntes ideológicas “como «burla», «alucinação», «exploração clerical» e «especulação financeira»”. A Capelinha das Aparições chegou mesmo a ser dinamitada a 6 de Março de 1922. Não obstante estas reticências e dúvidas, as peregrinações à Cova da Iria têm gente de todos os estratos sociais. “A promoção da peregrinação dava origem a um vivo confronto de forças ideológicas e políticas” – sublinha o autor da conferência. Com base nas publicações periódicas da época, António Teixeira Fernandes disse que “os jornais católicos e os não favoráveis ao governo republicano exploram a proibição da peregrinação”. Avaliando o volume de presenças, o jornal «A Época» (17-5-1923) observa a “duplicidade de atitudes dos políticos”. E acrescenta: “Enquanto o regime «consente os cortejos cívicos e maçónicos, prohibe as procissões»”. O conferencista esclareceu ainda que os jornais católicos, à medida que surgiam na imprensa acusações às peregrinações, “vinham a público verberar a intolerância de certos elementos jacobinos”. E concluiu: “Não deixavam ainda de aproveitar a ocasião para chamar a atenção para a duplicidade e mesmo contradição das autoridades, que mandavam vedar o acesso à Cova da Iria, ao mesmo tempo que permitiam os comícios radicais, convidando os católicos a comparar as atitudes e a tirarem as devidas ilações”. Foto: Santuário de Fátima

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