Francisco Noronha de Andrade relata peripécias no Vaticano e cuidados especiais com o transporte
Lisboa, 12 out 2013 (Ecclesia) – Francisco Noronha de Andrade, da Associação dos Servitas, acompanhou a segunda viagem da imagem de Nossa Senhora, da Capelinha das Aparições, ao Vaticano, e testemunha o “último acontecimento do Jubileu do ano 2000”.
“Nós subimos até aos aposentos do Papa e estava à nossa espera um pequeno grupo de pessoas com um andor para levar a Nossa Senhora de Fátima para a capela. Eu tirei a imagem do estojo branco, com a coroa ao lado, e começámos a pô-la no andor pequeno, que tem de ser presa com um parafusos como acontece em Fátima, e não resultou. Havia um problema, lembro-me que fiquei nervoso, e alguém diz que o Papa está à espera”, revelou Francisco Noronha de Andrade.
Depois, dois membros do Vaticano pegaram na escultura, formaram uma pequena procissão, e entraram na capela onde estava o Papa João Paulo II.
Os dois elementos da Associação dos Servitas de Nossa Senhora ficaram “ligeiramente” para trás, a arrumar os estojos, e a Guarda Suíça não os deixou entrar: “Ainda refilei e disse que fazíamos parte da comitiva. Um padre que ficou ao nosso lado e percebeu a história toda diz ‘sacrifício da Madonna (Nossa Senhora), aceita’”.
[[a,d,4229,Emissão 07-10-2013 ]]Na véspera da cerimónia de consagração do mundo, na Praça de São Pedro, enquanto rezavam o terço os ecrãs começam a transmitir de Portugal e “o último mistério foi rezado e conduzido pela irmã Lúcia, uma coisa fantástica”, recorda.
Nesta viagem, no ano 2000, Francisco Noronha de Andrade teve como companheiros de viagem D. Serafim Ferreira e Silva, monsenhor Luciano Guerra, na época respetivamente bispo de Leiria-Fátima e reitor do Santuário da Cova da Iria, e João Castro, também servita.
Da viagem de avião para Roma, a imagem de Nossa Senhora de Fátima e a coroa não foram para o porão e o interlocutor assinala um “pormenor engraçado” de que não se esquece: “D. Serafim abriu um bocadinho o estojo e rezamos no avião com 200 pessoas, todos a rezar uma ave-maria, foi um silêncio, um sucesso, a equipa toda do avião a aceitar isso e o comandante também veio ter connosco”.
Passados 13 anos, Francisco Noronha de Andrade revela que nunca sentiu o peso da responsabilidade, mas “um prazer e uma graça imensa” pelo que estava a acontecer.
“É um pedido excecional podermos levar a imagem da capelinha, é o altar do mundo e quando vivemos isso sabemos que Fátima está presente no mundo”, acrescenta.
Este sábado a imagem viaja, pela terceira vez, de Portugal até ao Vaticano, para uma nova cerimónia de consagração no domingo e o servita revela que há sempre cuidados especiais para a transportar, como “nunca” pegar na escultura “sem ter as luvas brancas” e depois “um estojo muito bem feito e todo o cuidado para que não haja qualquer abanão”.
Ao programa de rádio ECCLESIA, Francisco Noronha de Andrade revela também o “acontecimento fantástico e histórico”, que lhe foi relatado, sobre a primeira viagem da imagem de Nossa Senhora de Fátima ao Vaticano, em 1984, e o facto da irmã Lúcia ter considerado que essa consagração foi “da forma que Nossa Senhora tinha pedido”.
LS/CB