Cardeal Tarcisio Bertone evocou sofrimentos da Igreja, na sua primeira intervenção na Cova da Iria
Fátima, Santarém, 12 out 2013 (Ecclesia) – O Secretário de Estado do Vaticano disse hoje em Fátima que o “Segredo” revelado aos Pastorinhos, em 1917, continua a ser atual e a revelar-se no sofrimento da Igreja e no “mal da incredulidade”.
“É impressionante, neste lugar, ver como o coração dos três Pastorinhos bate em uníssono com o coração da Igreja, como amam o Papa, cujos sofrimentos tinham pressentido naquele misterioso cortejo do chamado Segredo de Fátima”, declarou o cardeal Tarcisio Bertone, na saudação inaugural da peregrinação internacional de outubro, na Cova da Iria.
Tendo como pano de fundo a profecia sobre os sofrimentos do Papa, que foi revelada na terceira parte do Segredo de Fátima, publicada em 2000, o cardeal italiano falou num “cortejo que acaba em martírio”.
“Apesar do seu cabal cumprimento no século XX, aquele cortejo é uma profecia para todos os tempos. Não terminou o mal da incredulidade; não deixou de correr o sangue dos mártires. Este é o sangue da redenção”, relatou.
O colaborador mais direto do Papa trouxe uma “bênção” particular de Francisco e rezou pela “Igreja que sofre”, “em prece pelo futuro de toda a humanidade”.
“O mundo do futuro – este mundo novo que penosamente vai nascendo na era da globalização – precisa do tesouro da fé, que os cristãos, há dois mil anos, se esforçam por viver e transmitir”, acrescentou.
O secretário de Estado cessante do Vaticano é considerado um especialista na Mensagem de Fátima, tendo sido enviado por João Paulo II para dialogar com a irmã Lúcia acerca da interpretação da terceira parte do ‘segredo‘.
Segundo D. Tarcisio Bertone, aquilo que move o coração dos mártires “não é a dor, mas o amor”.
“Fátima é um apelo ao amor. Olhando o exemplo e confiando na intercessão dos beatos Francisco e Jacinta e da serva de Deus irmã Lúcia, ofereçamo-nos para aceitar as provações que o Senhor nos envia”, apelou.
O cardeal italiano vai ser substituído esta terça-feira no cargo de secretário de Estado do Vaticano por D. Pietro Parolin.
OC