«Voltar a casa significa também fazermo-nos peregrinos à capelinha» – D. Rino Fisichella
Fátima, 12 ago 2017 (Ecclesia) – O presidente do Conselho Pontifício para a Nova Evangelização afirmou que a peregrinação do migrante ao Santuário de Fátima são dias “dedicados” em particular àqueles que foram procurar trabalho noutros países e “deixaram família, casa, a cidade e Portugal”.
“Muitas pessoas que estão entre nós conheceram a fadiga e o sofrimento de aprender outra língua, de viver longe dos afetos, de encontrar tradições diferentes”, disse D. Rino Fisichella esta noite na Missa da Vigília da Peregrinação Internacional Aniversária de agosto.
Na homilia, lida em português, o arcebispo italiano realçou que este momento do ano “é dedicado ao regresso a casa” onde há oportunidade de falar “de novo a própria língua”, reaprender as “tradições que marcaram a história e o modo de viver” de cada migrante.
“Voltar a casa significa também fazermo-nos peregrinos à capelinha onde a Mãe de Deus nos acolhe e nos sentimos protegidos”, assinalou no recinto de oração do santuário.
D. Rino Fisichella realçou que Nossa Senhora de Fátima “está impressa no coração de cada português”, que a leva consigo para onde quer que vá, afinal, “ela pertence à identidade” do povo português e cada um “sente que Lhe pertence, que pertence à linda Senhora vestida de branco”.
O presidente da Peregrinação Internacional Aniversária de agosto, que inclui a Peregrinação dos Migrantes e Refugiados , observou que estavam a viver o momento “mais importante na vida de um cristão” porque “sabe que nunca está sozinho”.
“Aqui, mesmo sem os conhecer, cada um de nós reza com tantos irmãos e irmãs que, juntos, partilham a mesma fé, a mesma esperança e a mesma caridade”, assinalou.
O presidente do Conselho Pontifício para a Nova Evangelização destacou a importância de rezar-se “juntos como uma família” e depois voltar a casa para “recomeçar a rezar juntos como uma verdadeira família” e, muitas vezes, as pessoas esquecem-se que nasceram numa família cristã, que pertencem “a uma família ainda maior que é a Igreja”.
“Não podemos fazer da oração um ato privado. Esta noite torna-se para cada um de nós um momento particular de encontro com o Senhor, porque estamos a rezar-Lhe unidos à sua Mãe”, desenvolveu.
Recordando o pedido de Maria a Jesus na Bodas de Caná, D. Rino Fisichella deu ênfase ao olhar de Nossa Senhora e explicou que “diz muito mais que as próprias palavras”.
“Permanece viva também para cada um de nós a força desse olhar que pede para fazer algo por quem está em necessidade”, acrescentou.
Destacando itens de uma lista poderia tomar-se “longa e sem piedade, ao descrever os males e as pobrezas do mundo”, deu como exemplo: “Pelos que deixaram de ter alegria, felicidade, para quem a tristeza tomou a dianteira; pelos que se afastam e percorrem, errantes, caminhos que não levam a lado nenhum; pelos que estão doentes e sofrem; pelos que são inseguros e torturados pela dúvida; pelos que deixaram de ter uma casa, um trabalho, um projeto.”
‘Nossa Senhora, Mãe de Deus’ é o tema da peregrinação internacional de agosto e inclui a Peregrinação dos Migrantes e Refugiados que na 45.ª Semana Nacional de Migrações tem como tema ‘Acolher o futuro – Novas gerações migrantes são o amanhã da humanidade’.
Estão inscritos na peregrinação 158 grupos, num total de 13912 peregrinos, e a a Missa da vigília presidida por D. Rino Fisichella foi concelebrada por 180 sacerdotes e 11 bispos.
A noite vai continuar em vigília com adoração, Via-Sacra e uma celebração mariana; Este domingo, a Obra Católica Portuguesa das Migrações convida à solidariedade nos ofertórios.
CB