Acordo para depósito dos textos foi assinado pelo reitor e o bispo diocesano
Fátima, Santarém, 08 out 2014 (Ecclesia) – A Diocese de Leiria-Fátima e o Santuário de Fátima assinaram esta terça-feira um protocolo que vai permitir ao santuário mariano guardar, durante dez anos, os manuscritos originais da primeira, segunda, terceira e quarta memórias da Irmã Lúcia.
Segundo as duas instituições, os documentos que são propriedade da diocese representam uma “importante documentação para o estudo e memória da história e mensagem de Fátima”.
“São memórias que precisam de ser conservadas, como um tesouro, não como quem enterra um tesouro, mas como quem cuida dele, com todo o carinho e cuidado necessário”, destacou o bispo da diocese, sobre os manuscritos da Irmã Lúcia, uma das três videntes de Fátima que testemunhou as aparições da Virgem Maria entre maio e outubro de 1917.
Para D. António Marto, os documentos encerram “memórias vivas, de uma testemunha privilegiada” que viveu na primeira pessoa, “em companhia com os primos esse acontecimento sobrenatural e essa mensagem que nunca cessa de ter atualidade”.
O prazo mínimo de depósito deste acervo, no Arquivo do Santuário, é de dez anos contados a partir desta terça-feira, data da assinatura deste acordo.
A Sala de Imprensa do Santuário de Fátima explicou que um dos propósitos deste protocolo é o “empenho e envolvimento” deste santuário mariano “na preservação, estudo e comunicação dos documentos” e ainda as condições de segurança e de preservação do Arquivo.
Para o reitor do Santuário, padre Carlos Cabecinhas, as memórias da irmã Lúcia “são fundamentais para a divulgação da mensagem de Fátima” e o protocolo assinado esta terça-feira “ajuda o Santuário de Fátima não só a fazer a guarda desses documentos, mas a assumir um compromisso no sentido do estudo, da difusão ainda mais alargada”, em conformidade com a Diocese de Leiria-Fátima e com a Fundação Francisco e Jacinta Marto que possui os direitos para a publicação dos textos protocolados.
O diretor do Serviço de Estudos e Difusão do Santuário informou que o Santuário da Cova da Iria vai juntar estes documentos ao “espólio documental que exige mais cuidado” e que se guardam “em condições físicas mais vigiadas”.
“O acondicionamento foi estudado com todos os cuidados, não só ao nível do controlo ambiental – controlo de temperatura e humidade – mas também da própria segurança do espólio”, acrescentou Marco Daniel Duarte.
O responsável manifestou ainda “muita alegria” pela confiança do bispo da Diocese de Leiria-Fátima em confiar ao Arquivo do Santuário o “tesouro documental” que registam “as mais importantes informações sobre a história da mensagem de Fátima” transmitidas pela irmã Lúcia.
“Os conteúdos, ali postos por escrito, voltam ao lugar de origem, ao cenário que os gerou”, assinalou Marco Daniel Duarte.
Este momento protocolar entre Diocese de Leiria-Fátima e Santuário de Fátima, sobre os manuscritos das Memórias da Irmã Lúcia, foi assinado na exposição temporária ‘Segredo e Revelação’, que encerra a 31 de outubro, no piso inferior da Basílica da Santíssima Trindade.
Nesta exposição está patente o Manuscrito da Terceira Parte do Segredo, escrito pela Irmã Lúcia, que pertence aos arquivos da Congregação para a Doutrina da Fé, no Vaticano.
CB/OC