Fátima: Santuário esclarece «ação de despejo»

Reitor recusa «afirmações de que se trata de uma senhora sem recursos nem lugar para viver»

Fátima, Santarém, 10 nov 2011 (Ecclesia) – O Santuário de Fátima divulgou esta quarta-feira um comunicado sobre a “ação de despejo” que moveu contra a ocupante de um imóvel, com a pretensão de corrigir as notícias veiculadas nos últimos dias pela comunicação social.

A nota publicada no site do Santuário com a assinatura do seu reitor, padre Carlos Cabecinhas, considera que Laurinda Oliveira, alvo do processo judicial, habita ilegalmente na casa e tem rendimentos suficientes que lhe permitem viver noutro local.

De acordo com a declaração, o imóvel foi oferecido ao Santuário de Fátima pela irmã da atual ocupante, Maria Oliveira, presidente da Associação ‘Casa do Coração de Maria – Obra das Gaiatas’, entretanto falecida.

“Não estava nem no texto nem no espírito inerente à escritura de doação” a possibilidade de Laurinda Oliveira ficar a residir na habitação após a morte da irmã, indica o esclarecimento.

A “comunicação do Santuário de Fátima sobre o processo de ‘despejo de senhora idosa’” acentua que aquela entidade “nunca iniciaria uma ‘ação de despejo’ sem se certificar com segurança que a pessoa em causa dispõe de alternativas favoráveis”.

Após a entrada da ação no tribunal, a ocupante “doou um imóvel, reservando para si mesma o usufruto de uma parcela destinada a habitação”, além de, juntamente com um irmão, ter vendido em 2010 uma casa pela qual “declarou ter recebido 840.000 Euros”.

O Santuário julga por isso que são incorretas “as afirmações de que se trata de uma senhora sem recursos nem lugar para viver” e realça que a sua presença na casa “foi-se revelando incompatível com o acolhimento das crianças carenciadas”, finalidade da obra social.

“Uma leitura dos factos pode permitir concluir que esta senhora se desfez de todo o património, para invocar que não tem onde viver”, assinala o reitor, acrescentando que ao santuário “não movem outros interesses senão o de zelar para que seja realizado o que estava no espírito das pessoas que doaram o imóvel”.

O padre Carlos Cabecinhas lembra que na Casa de São Miguel “está a funcionar um dos mais importantes campos da ação social e caritativa do Santuário de Fátima, que é o acolhimento de crianças desprotegidas, abandonadas e órfãs”.

“Para este efeito, o Santuário efetuou, a expensas suas, vultuosos investimentos: no edifício, nos equipamentos e no pessoal, por forma a proporcionar digno acolhimento às crianças recebidas, condições que antes eram muito frágeis”, acrescenta a nota.

Os responsáveis do santuário “compreendem que muitas pessoas se tenham sentido desiludidas e perplexas” com as notícias e esperam que esta “perturbação” não prejudique “o bem-estar daqueles que são beneficiados” pela ação desenvolvida no imóvel.

RJM

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Agência ECCLESIA

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