Apresentadora de televisão conta o que viveu e sentiu nas peregrinações que realizou até ao santuário mariano, ao lado do amigo padre João Luís Silva
Montargil, 13 ago 2024 (Ecclesia) – Fátima Lopes, apresentadora de televisão e autora, afirmou que o Santuário de Fátima é “sempre uma fonte inesgotável de amor e de esperança”.
“Ali a esperança não se esgota. Não tem minutos contados, não tem horas contadas, não tem dia nem tem noite. Ali a esperança é sempre a esperança”, referiu, em entrevista à Agência ECCLESIA.
A autora lançou, em 2019, o livro ‘Fátima – O meu caminho, a minha fé’, no qual partilha o viveu e sentiu nas peregrinações a pé até à Cova da Iria, que iniciou após a visita do Papa Francisco ao Santuário, em 2017, no âmbito do Centenário das Aparições e canonização dos pastorinhos Francisco e Jacinta Marto.
“E aquele silêncio do Papa Francisco foi este convite ao reconhecimento, à introspeção. E foi nesses oito minutos de silêncio que eu senti, mas com uma força que não sei explicar muito bem por palavras, que a minha experiência como peregrina tinha que começar. Não podia adiar mais, tinha que começar”, conta.
Logo naquele dia, Fátima Lopes contactou o amigo padre João Luís Silva para começar a peregrinar e, pediu-lhe, se possível, que a acompanhasse nesta jornada.
“Quando iniciei, achava que não tinha propriamente um propósito. Depois, ao longo do caminho, porque o caminho é propício a isso, a muita reflexão e também muita introspeção […] E então eu fui percebendo que afinal eu vinha com um propósito e que tinha uma intenção”, explica a autora, que revela que a partilhou com “Nossa Senhora” e pediu que a ajudasse.
Depois da primeira peregrinação, em outubro de 2017, Fátima Lopes repete a experiência em maio de 2018, mas já num tom e com um objetivo diferentes.
“Até à segunda peregrinação, felizmente, tive a graça de ver resolvida essa intenção que eu trazia. E por isso, na segunda peregrinação, eu fui agradecer. Achei que todo o caminho tinha que ser um caminho de agradecimento profundo”, destaca.
A apresentadora de televisão peregrinou uma terceira vez ao Santuário de Fátima, já depois da publicação do livro, com o propósito de ser “colo para alguém”.
“Eu só queria isso. Poder ser colo para alguém. Mais nada. Não levava nenhuma intenção para mim. Nada. Apenas isto. E é uma experiência igualmente bonita quando nós vamos para servir o outro. Apenas”, referiu.
O padre João Luís Silva, da Arquidiocese de Évora, dá conta que nessa peregrinação sentiu o que sente sempre sobre Fátima: “Para mim, Fátima é um abraço. É um abraço de Deus. Todos nós sabemos o que é um abraço. Muitas vezes partilhei isso também com a Fátima. Um abraço, para mim, às vezes é um parto. É voltar a nascer”.
O sacerdote foi um dos grandes responsáveis pela publicação do livro de Fátima Lopes, incentivando-a numa das peregrinações a escrever sobre a experiência como peregrina.
“Eu penso que a fé enriquece-nos quando a partilhamos e a Fátima, desde sempre, desde que a conheço, tem sempre este testemunho belíssimo de testemunhar a sua fé e de não ter medo de partilhar a sua fé”, salienta.
Depois de dias de peregrinação, a apresentadora de televisão considera que chegar ao Santuário de Fátima “é sempre diferente”, revelando que na primeira experiência, a chegada à Cova da Iria “foi o mais impactante”, uma vez que foi fisicamente “difícil”.
“Na segunda peregrinação, o mais impactante foi o caminho. Já não tanto a chegada, mas o caminho. O caminho foi vivido de outra maneira”, indica Fátima Lopes, que acrescenta que chegar ao Santuário mariano foi como um “reencontro”.
A autora considera que o Santuário é ao mesmo tempo um ponto de chegada e um ponto de partida.
“É um ponto de chegada, muitas vezes, por variadíssimas razões, mas também é um ponto de partida, porque estar no Santuário de Fátima é uma oportunidade uma vez mais de recolhimento. A força do Santuário de Fátima é algo muito especial”, sublinha.
“Nós podemos chegar com o estado de espírito A e passado um pedaço de lá estarmos saímos outras pessoas. É quase como se ao chegarmos ali à nossa grande-mãe, que é a Nossa Senhora, nos colocasse no sítio aquilo que vem desarranjado. Então nós saímos diferentes dali. Por isso é sempre um ponto de partida, porque eu posso ter chegado com uma dor e ter saído com esperança”, completa.
LJ/OC
Em cada terça-feira do mês de agosto, são divulgados no programa ECCLESIA, na RTP2, percursos de vida de autores de várias obras; neste dia 13 de agosto, pouco depois das 15h00, Fátima Lopes dialoga com o padre João Luís, numa data em que o Santuário de Fátima recebe milhares de migrantes para a Peregrinação Internacional Aniversária de agosto. |