D. Zacarias Kamwenho trouxe preocupações com os imigrantes para o centro da peregrinação de Agosto Milhares de pessoas foram desafiadas esta Quarta-feira, em Fátima, a estarem atentas “aos fenómenos que provocam as migrações”, como as alterações climáticas do planeta, a pobreza ou a intolerância política. O pedido foi feito pelo Arcebispo de Lubango, D. Zacarias Kamwenho, durante a Missa conclusiva da Peregrinação Internacional dos Migrantes, no Santuário português. Citando Bento XVI, D. Kamwenho defendeu a necessidade de estarmos atentos “ao processo da globalização em curso no mundo, que traz consigo uma exigência de mobilidade que estimula também numerosos jovens a emigrar e a viver longe de suas famílias e dos seus países.” “Todos conhecemos as consequências de tais situações, a maior das quais é a chamada «dificuldade da dupla pertença» que, não encontrando apoio nas próprias comunidades e por vezes nas Instituições Sociais, esvaziam os jovens dos seus valores mais sagrados”, alertou. O Arcebispo angolano, Prémio Sakharov pela Paz em 2001, lembrou o encontro de responsáveis africanos para a pastoral das migrações, realizado no passado mês de Junho em Nairobi (Quénia), o primeiro do género. Nesse encontro foi lançado um pedido de “políticas migratórias desburocratizadas”, que levem “a uma cultura de participação, eu diria, de colaboração”. “Nesta caminhada para a cidadania global necessitamos de pôr em pratica a convivência pacifica, ou seja, o saber viver na diversidade de culturas e de religiões e que isto implica uma pedagogia comum e recíproca que começa na família e, permeada pela escola, chegue àquela maturidade que considera toda a Migração como uma dádiva”, acrescentou. No final da sua homilia, D. Zacarias Kamwenho disse que “todo o cristão, hoje de modo particular o cristão migrante”, é chamado a “viver na Verdade”. À margem da homilia, o Arcebispo quis dirigir uma palavra de apreço ao Reitor cessante do Santuário de Fátima, Mons. Luciano Guerra, “em cujo mandato a mensagem de Fátima ganhou grande implemento no mundo”, em especial na África lusófona, deixando por isso um “muito obrigado” em nome da Igreja em Angola. Notícias relacionadas •Homilia de D. Zacarias Kamwenho na Peregrinação Internacional dos Migrantes, em Fátima