Responsável diz que escolha do Papa é um «serviço» e não uma «promoção na carreira»
Fátima, 12 jul 2018 (Ecclesia) – O novo cardeal português D. António Marto disse hoje em Fátima que ficou surpreendido com a atenção que a sua criação cardinalícia recebeu, sublinhando que vê este momento como um “serviço” à Igreja.
“Recebi cartas do mundo inteiro, de felicitações, desde as pessoas mais simples até aos diplomatas de várias nações”, realçou o bispo de Leiria-Fátima, na apresentação do livro ‘D. António Marto. O Cardeal de Fátima’, na Paulus Livraria.
“Nunca imaginei que o cardinalato tivesse um alcance tão grande, certamente também por ser de Fátima”, acrescentou.
O consistório em que D. António Marto foi criado cardeal decorreu a 28 de junho, na Basílica de São Pedro, sob a presidência do Papa Francisco.
O bispo de Leiria-Fátima assinalou que não vê nesta decisão uma “promoção na carreira”.
“Para mim, isso nada conta, absolutamente nada. Aceito-o como um serviço à Igreja, que me é pedido pelo Papa”, afirmou.
D. António Marto gracejou depois com cenários de eventual eleição pontifícia, num próximo Conclave, considerando-os fruto do “humor” dos jornalistas e descartando qualquer “sonho” nesse sentido.
O novo cardeal sublinhou a “relação particular” entre o Papa e o bispo de Fátima, uma “comunhão de pensamento e de metas pastorais”.
“Estou em plena sintonia com o Papa Francisco neste empreendimento da reforma da Igreja”, insistiu.
D. António Marto partilhou com os presentes um conselho de que nunca esqueceu, dos seus tempos de estudante em Roma: “Sê um homem de coração universal”.
O livro foi apresentado pelo diretor da Agência Ecclesia, o jornalista Paulo Rocha, e pelos autores: Ricardo Perna, da revista ‘Família Cristã’; João Francisco Gomes, do ‘Observador’; e Octávio Carmo, da Agência Ecclesia.
A obra tem prefácio do cardeal-patriarca de Lisboa, D. Manuel Clemente.
D. António Augusto dos Santos Marto nasceu a 5 de maio de 1947, em Tronco, Concelho de Chaves, Diocese de Vila Real; depois dos estudos nos seminários de Vila Real e do Porto foi ordenado padre em Roma, em 1971; de 1970 a 1977, estudou Teologia Sistemática na Universidade Pontifícia Gregoriana de Roma.
A 10 de novembro de 2000 foi nomeado bispo e escolheu como lema episcopal «Servidores da vossa alegria» (2 Cor 1,24); foi auxiliar de Braga de 2001 a 2004 e bispo de Viseu até 22 de abril de 2006, quando foi escolhido por Bento XVI como bispo da Diocese de Leiria-Fátima.
CB/OC