Fátima: Processo de beatificação da Irmã Lúcia abrandou com a pandemia

Vidente faleceu em Coimbra, a 13 de fevereiro de 2005

Fátima, 13 fev 2021 (Ecclesia) – A irmã Lúcia, vidente de Fátima, faleceu há 16 anos, e caminha para a beatificação, num processo que ficou “mais lentificado” devido à pandemia, explicou à Agência ECCLESIA a vice-postuladora da causa.

“Não posso ir a Roma e temos outro ritmo” neste trabalho “longo” que exige “paciência” e “rigor”, disse a irmã Ângela Coelho.

Segundo a religiosa, antiga postuladora da causa que levou à canonização de Francisco e Jacinta Marto, os outros Pastorinhos de Fátima, têm chegado “muitas comunicações de graças”.

Quanto à parte da ‘positio’, o relatório sobre a vivência heroica das virtudes da fé, os trabalhos decorrem “ao ritmo normal”, acrescentou.

O reconhecimento das “virtudes heroicas” é um passo central no processo que leva à proclamação de um fiel católico como beato, penúltima etapa para a declaração da santidade; para a beatificação, exige-se o reconhecimento de um milagre atribuído à intercessão do venerável.

A vice-postuladora lamenta não conseguir ir ao Vaticano “para esclarecer dúvidas com os orientadores de lá”.

Numa entrevista à Agência ECCLESIA, em fevereiro de 2020, a Irmã Ângela Coelho referiu que estava “muito tranquila, porque a fama de santidade é tão forte, tão intensa, que eu sei que isto é expressão do desejo de Deus de que esta mulher seja reconhecida, pela Igreja, pela fidelidade da sua vida”.

A vice-postuladora fala da vidente de Fátima como “uma mulher incrível, com múltiplas facetas, com uma enorme profundidade de vida”.

“É uma senhora a quem o mundo entra”, apesar da clausura do Carmelo de Coimbra poder indiciar o contrário, tanto pela correspondência, com dezenas de milhares de cartas, como pelas várias visitas, incluindo a de 48 cardeais.

Em fevereiro de 2017, a igreja do Carmelo de Coimbra acolheu a sessão solene de clausura do inquérito diocesano para a canonização da Irmã Lúcia (1907-2005).

O processo implicou a análise de milhares de cartas e textos, além da auscultação de 61 testemunhas, resultando em mais de 15 páginas de documentação que seguiram para a Congregação das Causas dos Santos (Santa Sé).

Lúcia Rosa dos Santos, a Irmã Maria Lúcia de Jesus e do Coração Imaculado, faleceu a 13 de fevereiro de 2005, aos 97 anos de idade, depois várias décadas vividas em clausura no Carmelo de Coimbra.

Este processo teve início em 2008, três anos após a sua morte, tendo na altura o agora Papa emérito Bento XVI dispensado o período de espera de cinco anos determinado pelo Direito Canónico.

Francisco e Jacinta Marto, os outros dois videntes de Fátima, foram canonizados pelo Papa Francisco, na Cova da Iria, a 13 de maio de 2017.

LFS/OC

 

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Agência ECCLESIA

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