Fátima: Pessoas com deficiência e reclusos acompanham Papa em oração na Capelinha das Aparições

Reitor diz que regresso do Papa ao Santuário mostra que a experiência de 2017 o «tocou profundamente»

Foto: Santuário de Fátima

Fátima, 04 ago 2023 (Ecclesia) – O reitor do Santuário de Fátima valorizou hoje o regresso do Papa Francisco ao local mariano para rezar, salientando que o vai fazer com os jovens doentes impedidos de se deslocar a Lisboa.

“A minha convicção é que o Papa regressa porque Fátima o tocou profundamente no coração e quer voltar para rezar. É significativo que o seu regresso seja para rezar – ele não vem para encontros ou para outros atos, mas para rezar em Fátima com jovens doentes e deficientes e sobretudo para rezar com os que, mesmo desejando muito, não têm condições para estar com ele na festa que é a JMJ em Lisboa”, explicou à Agência ECCLESIA o padre Carlos Cabecinhas.

O Papa regressa este sábado à Cova da Iria, onde esteve em maio de 2017, para rezar na Capelinha das Aparições, numa deslocação de uma hora e meia, para a oração do terço com 112 jovens doentes e reclusos, com 128 pessoas que os acompanham, de acordo com informação disponibilizada pelo Santuário de Fátima.

Estarão presentes jovens do Centro de Apoio a Deficientes João Paulo II, do Centro de Reabilitação e Integração de Fátima, da Casa do Bom Samaritano, dos Silenciosos Operários da Cruz e do Estabelecimento Prisional de Leiria.

Francisco vai deslocar-se de helicóptero da Base Aérea de Figo Maduro, em Lisboa, para Fátima, tendo a chegada prevista para as 08h50.

A recitação do Terço está marcada para as 9h30 e o Papa Francisco regressa a Lisboa às 11h00, de helicóptero saindo do Estádio de Fátima, com chegada prevista ao helicóptero de Figo Maduro, às 11h50.

O padre Carlos Cabecinhas fala num “momento singelo de oração com o Papa”, mas “significativo” para aqueles que vão poder participar: “Não serão todos os jovens doentes, é um pequeno grupo mas representativo dos outros”.

O responsável assinala a marca que Francisco mantém com o Santuário, desde o início do seu pontificado, quando “pediu ao então cardeal patriarca de Lisboa, D. José Policarpo, a consagração do pontificado a Nossa Senhora de Fátima”.

“A imagem da Capelinha foi ao encontro do Papa para a Jornada Mariana no Ano da Fé e em vários momentos o Papa pediu que o santuário se associa-se em oração – o último na consagração da Rússia e Ucrânia ao Imaculado Coração de Maria, no dia 25 de março em 2022, em que o Papa fez o ato de consagração em Roma e pediu que aqui se fizesse também”, recorda.

Foto: Santuário de Fátima

O Papa Francisco esteve no Santuário de Fátima em 2017 para a canonização dos pastorinhos Jacinta e Francisco Marto, tendo partilhado momentos de silêncio com os peregrinos que se juntaram.

“Quando o Papa chegar vamos pedir aos peregrinos esse silêncio, para nos associarmos em oração com Francisco”, indica.

O Santuário de Fátima vai fazer uma oferta ao Papa Francisco mas o responsável não divulga “ainda” o que tem preparado, assinalando que essa dádiva vai ser realizada em “privado”.

“Não vamos fazer uma entrega pública uma vez que o encontro não é protocolar mas de oração, no entanto assinalamos sempre estes momentos com uma oferta ao Papa”, indica.

O recinto mariano tem conhecido um aumento do número de visitantes nestes dias, registando um “bom incómodo de grupos de jovens” que passam para rezar.

“É um movimento fora do habitual, um ruido estranho num local que é habitualmente de silêncio, mas mostra a vitalidade da Igreja que a Jornada Mundial da Juventude põe em destaque, mostra que quem vem não deixa de visitar Fátima, e é sinal de uma Igreja que se reúne para celebrar a sua fé, o que para nos é muito significativo”, assinala.

O Santuário preparou “encontros de formação, a pensar nos jovens, sobre a mensagem de Fátima”, também “uma animação que passa nos ecrãs do recinto para uma introdução” sobre o que é Fátima, “o seu acontecimento e mensagem”.

O reitor dá ainda conta que o santuário procurou preparar “celebrações o mais internacionais possível” de forma a envolver todos os que estão no local e oferecer uma “experiência forte de encontro com Deus”.

“Há todas as condições para que cada um se sinta aqui chamado pelo nome. Estou convencido que os jovens, com coração mais aberto e menos preconceitos diante do que Deus lhes pede, ouçam o mesmo apelo que os pastorinhos ouviram e aqui o possam escutar no momento de oração”, finaliza.

SN/LS

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Agência ECCLESIA

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