D. Sérgio Dinis preside à peregrinação internacional de julho, deixando apelos à paz e à justiça

Fátima, 12 jul 2025 (Ecclesia) – O bispo das Forças Armadas e de Segurança disse hoje em Fátima que os peregrinos devem empenhar-se na luta contra a violência e a pobreza, como consequência da sua fé.
“Que nenhum de vós permaneça indiferente perante a pobreza envergonhada dos que vivem ao nosso lado. Ser peregrino da esperança é fazer-se vizinho, partilhar, dar rosto à misericórdia de Deus com gestos concretos”, disse D. Sérgio Dinis, na homilia da celebração vespertina da peregrinação internacional aniversária de julho, perante participantes de 18 países.
“O cristão que reza em Fátima deve também levantar-se em defesa dos que não têm voz”, acrescentou o responsável católico.
O presidente da celebração pediu “respeito pela dignidade de todos”, nas famílias, com particular atenção aos “mais frágeis e idosos”.
“Que no vosso trabalho e na vida pública não haja lugar para a mentira, o favorecimento, a exploração, a indiferença”, acrescentou.
D. Sérgio Dinis apelou ainda para que se evite, nas comunidades católicas, “a exclusão, o preconceito ou a arrogância espiritual”.
“Os corações convertidos que Maria deseja são corações lutadores, são corações inquietos, que não se resignam diante da indiferença, mas que se movem para consolar, para perdoar, para transformar”; sustentou.
O bispo do Ordinariato Castrense de Portugal convidou os peregrinos a ser “voz ativa na construção de uma sociedade mais justa, cuidando do ambiente, defendendo os direitos dos mais vulneráveis, promovendo a verdade, a educação, a cultura do bem comum”.
A homilia realçou que “só com um coração convertido, justo e pacificado é possível curar o mundo ferido”.
Não há esperança sem justiça. Não há paz sem perdão. Não há caminho novo sem o despojamento do egoísmo. A mensagem de Fátima, que aqui vimos celebrar e viver, não é apenas um apelo à oração; é um grito da Mãe que chama os filhos a viver na verdade e na justiça.”
O bispo das Forças Armadas e de Segurança assinalou que os católicos são chamados a “reparar, reconstruir o que foi quebrado ou destruído, entre irmãos, entre povos, entre o ser humano e a criação”.
“Em Fátima aprendemos que a oração é inseparável da responsabilidade”, indicou.
Nesta peregrinação, inscreveram-se nos serviços do Santuário de Fátima 63 grupos organizados, a maior parte proveniente do estrangeiro.
“Entre os mais numerosos, destacam-se os que provêm da Polónia, 13 grupos e 632 peregrinos; de Itália, 12 grupos e 536 peregrinos; e de Espanha, nove grupos e 587 peregrinos”, adianta a instituição.
O padre Carlos Cabecinhas convidou os presentes a acompanhar o regresso da imagem à Capelinha das Aparições, em silêncio, rezando “à Rainha da Paz” pela Palestina e a Ucrânia.
A Peregrinação Internacional Aniversária evoca a terceira aparição de Nossa Senhora aos Pastorinhos, na Cova da Iria, que aconteceu a 13 de julho de 1917; as celebrações encerram-se este domingo, com a Missa no Recinto de Oração, pelas 10h00.
OC