Cardeal Hollerich elogia religiosidade dos portugueses e sublinha testemunho das mulheres lusófonas
Fátima, 12 ago 2021 (Ecclesia) – O arcebispo do Luxemburgo desafiou hoje os peregrinos de Fátima ao compromisso por um mundo “mais justo” e “fraterno”, falando na celebração vespertina do 13 de agosto.
“Como cristãos, nós não somos passivos neste mundo. O mundo está-nos confiado pelo Deus Criador, nós devemos fazê-lo frutificar. Isso pode tornar-se num compromisso para com a ecologia, o compromisso por um mundo mais justo, por um mundo mais fraterno”, referiu o cardeal Jean-Claude Hollerich, na homilia que proferiu, em português, no recinto de oração da Cova da Iria.
“Os grandes compromissos serão válidos se mostrarem os seus frutos de paz, justiça e defesa do bem-comum, na vida concreta do dia-a-dia”, acrescentou.
O Santuário de Fátima começou hoje a acolher milhares de migrantes para a peregrinação internacional do 13 de agosto, marcada pela atenção às vítimas da pandemia e comunidades portuguesas.
O cardeal Hollerich elogiou a religiosidade dos portugueses e sublinhou o testemunho das mulheres lusófonas que vivem no Luxemburgo.
“O carácter de Maria é semelhante ao carácter de muitas mulheres portuguesas, cabo-verdianas e brasileiras que eu conheço no Luxemburgo. Como Maria são mulheres fortes”, observou, sublinhando que “mantêm a sua família unida”.
“Elas fazem-no pelo seu trabalho. Elas querem assegurar um futuro para os seus filhos. A noite, cansadas, ocupam-se ainda da casa e cozinham alimentos que alegram a alma e o corpo da sua família”, prosseguiu.
O presidente da celebração dirigiu-se aos emigrantes, refugiados e peregrinos, evocando os sofrimentos que marcam as suas vidas.
Por vezes, pode ser o caso de ter um parente doente, idoso ou que está a morrer, em Portugal, e nós não podemos ir, nem estar presente. Por vezes, é a incompreensão dos nossos filhos que ignoram as suas origens e os valores cristãos da cultura e história de Portugal: valores que foram o nosso guia, a nossa bússola por terras estrangeiras da emigração”.
D. Jean-Claude Hollerich afirmou que o mundo tem “sede de amor, paz e justiça”.
“Os grandes compromissos serão válidos se mostrarem os seus frutos de paz, justiça e defesa do bem-comum, na vida concreta do dia-a-dia”, apontou.
A peregrinação iniciou-se com a recitação do Rosário, às 21h30 e a Procissão das Velas, antes da Celebração da Palavra.
Esta sexta-feira, às 09h00, haverá de novo a oração do Rosário e às 10h00 a Missa, com a tradicional Palavra ao Doente, que será proferida pela diretora da Obra Católica das Migrações, Eugénia Quaresma; a peregrinação termina com a Procissão do Adeus.
As regras de segurança mantém-se no Santuário de Fátima, prevendo “o distanciamento físico entre peregrinos que não provenham do mesmo agregado familiar; o uso obrigatório da máscara e a frequente higienização das mãos”.
As entradas e saídas dos espaços estão assinaladas com indicações sinaléticas.
A Igreja Católica em Portugal está a celebrar de 8 a 15 de agosto a 49ª Semana Nacional de Migrações, com o tema ‘Rumo a um nós cada vez maior’.
OC
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