D. António Luciano celebrou com peregrinos a caminho de Fátima, que encontraram acolhimento em Viseu
Viseu, 08 mai 2024 (Ecclesia) – O bispo de Viseu afirmou que peregrinar “é viver espiritualmente e humanamente uma experiência de fé”, que conduz “a um horizonte que é Deus”, a sua diocese é lugar de passagem e acolhimento de peregrinos para Fátima.
“Nós somos sempre peregrinos de Deus. Neste contexto, peregrinos do Santuário de Fátima para, através de Maria, chegarmos a Deus. O peregrino é aquele que vai ao encontro de Deus porque sente chamado e que, ao mesmo, tempo também faz o caminho sempre olhando para o maior bem que Deus quer dele, que é a salvação”, disse D. António Luciano, em entrevista à Agência ECCLESIA.
Os peregrinos em direção ao Santuário de Fátima vão participar na Peregrinação Internacional Aniversária de 13 de maio, a primeira grande peregrinação do ano à Cova da Iria; o bispo de Viseu destaca que “peregrinar é vida antes de mais”, vida que suporta também “dor e sacrifício”, por isso, muitos peregrinos vão “animados nesta caminhada precisamente pela força de fé, pela graça da oração, mas também numa mistura de dor e de sofrimento”.
“Não só para agradecer graças recebidas, mas também para pedir muitas vezes a força e a coragem para os sofrimentos de cada dia e para a cruz que, muitas vezes, nós cristãos devemos em cada dia levar, que se torna pesada”, acrescentou, observando que peregrinar também é estar mais próximo de Maria e da luz, Fátima “é um santuário de luz”, Nossa Senhora “revelou-se como a mulher revestida de luz, mais brilhante que o sol”.
Peregrinar é uma escola de vida. O mundo de hoje precisa muito de encontrar a escola de vida que, pelos valores que nós queremos valorizar, possam corresponder à necessidade que cada um tem para viver melhor”.
A Diocese de Viseu está a acolher “grupos numerosos de peregrinos” no seminário, numa iniciativa do Movimento diocesano da Mensagem de Fátima, realizada em parceria com diversas instituições até esta quarta-feira; os grupos encontram cuidados de higiene, de saúde (médicos e enfermagem), alimentação e apoio religioso.
“Peregrinar é acolhimento e é isso que nós estamos a fazer. Por isso, o acolhimento é fundamental e, aqui, é as pessoas terem uma casa, onde são recebidos, onde podem cuidar de si, onde tomam uma refeição, onde também se celebra a Eucaristia, para realmente alimentar e espiritualmente a peregrinação”, explicou D. António Luciano, sobre um acolhimento que é “global”.
Segundo o bispo diocesano peregrinar “é um caminho de oração e um caminho sinodal”, porque o peregrino é alimentado pela fé, mas também “é alimentado pela força da oração” e, a caminho de Fátima, a oração é alimentada pela “oração do terço, que a Nossa Senhora pediu aos pastorinhos “não só pelo fim da guerra, mas também pela paz no mundo”.
Ninguém pode ir a Fátima e regressar de Fátima da mesma maneira que lá chegou, ao chegarmos a Fátima e a fazermos a experiência de Fátima nós devemos voltar para as nossas terras com um coração convertido e renovado, sermos novas pessoas para ajudarmos a transformar o mundo e a sociedade num mundo melhor”.
D. António Luciano considera que peregrinar também é silêncio e é alimento, a peregrinação alimenta “pela oração, pela amizade, pelo convívio”, e é um ato ecológico, onde o peregrino encontra-se consigo mesmo, “com Deus, com os irmãos e com a natureza”, e, peregrinar é também um ato ecuménico porque “Fátima é o ‘Altar do Mundo’, para onde “convergem os cristãos, mas todas as pessoas de boa vontade querem encontrar naquele lugar “paz, esperança, em que se toca o sobrenatural”.
O Programa ‘70×7’ do próximo domingo (07h30, RTP2) apresenta uma emissão dedicada à peregrinação e aos peregrinos que estão nos tradicionais caminhos de Fátima, mas também na Rota Carmelita, que começa em Coimbra.
LFS/CB/OC