Fátima: Peregrinação das Crianças quer cuidar de uma «tradição» e de uma mensagem com «futuro»

Tema «Maria leva-nos a Jesus — Caminhar na alegria e na esperança», da edição deste ano, vai levar 45 crianças a dançar num altar

Lisboa, 06 jun 2025 (Ecclesia) – 45 crianças vão encenar, durante a peregrinação ao Santuário de Fátima o tema ‘Maria leva-nos a Jesus — Caminhar na alegria e na esperança’, procurando que a linguagem artística traduza uma mensagem com mais de 100 anos.

“Procuramos sempre uma linguagem artística diferente porque cada linguagem é também uma forma única, complementar e diversa de traduzir uma mensagem de esperança com beleza”, explica à Agência ECCLESIA a irmã Sandra Bartolomeu, que integra o Departamento de Acolhimento e Pastoral do Santuário de Fátima e também a comissão organizadora da peregrinação das crianças, que decorre a 9 e 10 de junho.

A religiosa fala num peregrinação “com uma vasta tradição”, que teve início nos anos 60 do século XX, e que importa cuidar.

Trata-se de uma riqueza, quer em surpresa, como de cor, que faz justiça à sua origem: as aparições de Fátima, em que Deus escolheu três crianças para Maria comunicar uma mensagem tão importante para o mundo. Por isso será sempre algo a cuidar no presente e para o futuro.”

A professora Neuza Neves foi chamada a coreografar um grupo de 45 crianças e adultos, entre os oito e os 26 anos, e a desenvolver em gestos, pausas, passos de dança, mas também em cor, o tema da peregrinação.

“Quando dançamos ou quando criamos uma peça, o objetivo não é que o público veja exatamente o que o coreógrafo criou, mas possa antes criar sentimentos e emoções em quem vê e, a partir daí, cada um possa criar a sua leitura. Se a leitura for totalmente diferente do que nós criámos no início, não me importo, desde que a mensagem passe que é todos juntos, todos unidos, caminhamos para Deus”, traduz.

A professora explica que a coreografia nasceu de um alinhamento prévio e procurou traduzir palavras como «alegria» e «esperança».

“A esperança é mais difícil, porque até a esperança de nós traduzirmos em linguagem para muita gente é difícil explicar, não é? Temos alguns gestos que se repetem ao longo de toda a cena e esses oito momentos, muitos deles têm movimentos que o público vai reconhecer, vai identificar e se calhar vai sair dali a tentar fazer. E para mim esses gestos simbolizam essa esperança, essa alegria, essa projeção do nosso corpo para Deus e que estamos ali presentes”, explica.

A professora explica ainda a importância da dança no crescimento das crianças e valoriza as aprendizagens sociais que se obtêm com a prática desta arte.

A dança ajuda a sermos uma melhor pessoa, um melhor ser humano, não só em termos emocionais mas também em termos psicológicos; ajuda na parte cognitiva, de memória, de coordenação. As crianças ganham também noção do próprio corpo, ganham o respeito pelo outro, porque na dança nós não trabalhamos sozinhos, temos de aprender a trabalhar em equipa, em grupo, temos que respeitar o outro. Para mim a dança é um desporto muito completo, mas mais que um desporto é uma cultura, porque nós, através da dança, partilhamos sentimentos, emoções e arte, fazemos arte.”

A irmã Sandra Bartolomeu explica que a peregrinação das crianças é “das maiores” que acontecem no Santuário de Fátima e que, em muitas circunstâncias, será a primeira vez que algumas se deslocam àquele lugar.

“Pensamos que esta peregrinação proporciona uma experiência de Igreja e uma experiência de Deus, uma experiência de encontro com Deus em Igreja. Por isso procuramos que seja uma vivência especial, seja festivo, tenha uma surpresa, que as crianças também possam viver aquilo que são os momentos mais característicos deste lugar, como seja o terço na véspera procissão das velas, a missa no recinto e todas estas vivências muito características da vivência de Fátima”, indica.

A conversa com a irmã Sandra Bartolomeu e com a professora Neuza Neves vai estar no centro do programa ECCLESIA, emitido este sábado, na Antena 1, pelas 06h00, sobre a peregrinação nacional das crianças ao Santuário de Fátima.

LS

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