Peregrinos das Caxinas chegam à Cova da Iria, para a peregrinação de maio
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Fátima, 10 mai 2024 (Ecclesia) – Um grupo da comunidade piscatória das Caxinas (Arquidiocese de Braga) cumpriu, desde o norte do país, um percurso a pé até à Cova da Iria, onde por estes dias desaguam as rotas dos peregrinos para o 13 de maio.
“Somos uma comunidade piscatória onde há muitos naufrágios e a fé assim, torna-se ainda mais forte”, diz Filomena à Agência ECCLESIA.
A peregrina cumpre a sexta experiência de caminhar até Fátima, sublinhando que “é sempre diferente”.
“É um momento de união, esperança e também de agradecimento”, indica.
Maria de Lurdes, outra peregrina neste grupo, tem dois filhos pescadores e diz que, perante a aflição, a fé fica mais robusta.
“Agarramo-nos a Nossa Senhora, é ela que nos pode valer perante o perigo dos naufrágios, é a ela que eu peço que me traga os meus filhos para casa”, confessa.
Alzira Filipe assinala, por sua vez, que cada peregrino traz consigo muita gente, não apenas os que o acompanham no caminho, mas as intenções e a recordação dos que ficaram em casa.
“Familiares doentes, amigos, os meus filhos e principalmente pela paz no mundo”. Elenca.
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Na exposição temporária “Rosarium: Alegria e Luz, Dor e Glória”, patente no Santuário de Fátima, é possível observar um terço oferecido por uma tripulação de pescadores das Caxinas que com ele rezou num momento de naufrágio.
Os seis pescadores seriam resgatados a 2 de dezembro de 2011, tendo posteriormente peregrinado até à Cova da Iria.
A caminho da peregrinação internacional de maio, o santuário recebeu esta quinta-feira um grupo de peregrinos de Matosinhos, que faz o percurso, todos os anos, acompanhado por pessoas de várias localidades.
Ana Paula Pereira, é de Rio Tinto, Gondomar e caminha há 21 anos para Fátima.
“Nossa Senhora eleva-nos ao céu, enquanto for viva virei sempre a Fátima” afirma, destacando o espírito de proximidade e também a dimensão cultural que trabalham ao longo do caminho.
“É duro, mas vale a pena… se não fosse pela fé, não conseguia” reconhece José Martinho que estava com este grupo de Matosinhos, junto à Capelinha das Aparições.
Uma filha com deficiência motora, que ficou em risco de vida com apenas 15 dias, foi o impulso que colocou Abílio Oliveira a caminhar para Fátima – já o faz há 39 anos e a sua filha continua consigo.
“Nunca ficamos abandonados”, realça.
A Peregrinação Internacional Aniversária de maio faz memória da primeira aparição de Nossa Senhora aos três Pastorinhos, em 1917, e é presidida este ano pelo cardeal Juan José Omella, arcebispo de Barcelona.
Este domingo, o Programa ‘70×7’ transmitido pelas 07h30, na RTP2, reúne os testemunhos de peregrinos que peregrinos que estão nos tradicionais caminhos de Fátima, mas também na Rota Carmelita, que começa em Coimbra.
HM/OC