Fátima: «Peçamos pelos nossos governantes para que tenham a coragem de resistir ao populismo» – D. José Ornelas

Bispo diocesano pediu aos peregrinos que levem «no coração a paz, a fraternidade e o acolhimento»

Foto: Santuário de Fátima

Fátima, 13 set 2025 (Ecclesia) – O bispo de Leiria-Fátima, e presidente da Conferência Episcopal Portuguesa (CEP), afirmou hoje que “é preciso criar ambiente de acolhimento, de integração”, e incentivou os peregrinos a pedirem “pelos governantes para que tenham a coragem de resistir ao populismo”.

“Levemos isto no nosso coração: A paz, a fraternidade e o acolhimento, particularmente daqueles que chegam também às nossas terras, que chegam buscando caminhos melhores”, pediu D. José Ornelas, este sábado, no final da Peregrinação Internacional Aniversária de 13 de setembro, no Santuário de Fátima.

“Peçamos pelos nossos governantes para que tenham a coragem de resistir ao populismo, de dizer não àqueles que querem deixar fora. É preciso, sim, defender os circuitos para que ninguém seja explorado.”

O bispo de Leiria-Fátima realçou que é preciso, sobretudo, “criar ambiente de acolhimento, de integração”, desejando que as igrejas, em todas as terras, “sejam locais de acolhimento, porque, quem se senta ao lado, “independente da cor da pele, da raça, do credo, da religião”, é irmão e irmã.

“Um mundo diversificado, de culturas diferentes, de credos diferentes, de etnias diferentes, mas porque somos filhos e filhas do Pai do Céu, nós sabemos acolher, nós sabemos dialogar, nós sabemos partilhar, desde os dons da criação aos dons e experiências e capacidades de cada um de nós para construirmos uma Igreja diferente, uma Igreja sinodal e um mundo em paz”, desenvolveu D. José Ornelas, que é também o presidente da Conferência Episcopal Portuguesa.

Portugal recebeu o XVI Encontro de Bispos dos Países Lusófonos, que acontece a cada dois anos, reunindo responsáveis católicos de oito nações: Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique, Portugal, São Tomé e Príncipe e Timor-Leste.

‘Viver a paz na hospitalidade’, foi o tema deste encontro dos bispos lusófonos, que decorreu em Lisboa e em Fátima, de 9 a 13 de setembro.

No santuário mariano da Cova da Iria, D. José Ornelas pediu aos peregrinos que levassem uma outra “mensagem fundamental” daquilo que era o projeto desta edição do encontro de bispos, “entre as muitas coisas” que falaram, partilharam e orientaram “para o futuro” das Igrejas Lusófonas.

“A fraternidade como caminho para a paz. Nós pensámos nas nossas Igrejas, nós pensámos no mundo inteiro onde vivemos, um mundo cheio de guerras, cheio de manipulações, cheio de sofrimento. É preciso que nós levemos o gosto, a alegria de sermos irmãos e de partilharmos”, desenvolveu o presidente da CEP.

“Com a nossa fraternidade, sermos sinal de que é possível construir a paz. A paz vem porque somos irmãos e irmãs, nascidos do mesmo Pai do Céu. E, por isso, também somos irmãos que se ligam, que se juntam”, acrescentou o bispo de Leiria-Fátima.

Foto: Santuário de Fátima

A Peregrinação Internacional Aniversária de 13 de setembro ao Santuário de Fátima foi presidida pelo bispo de Maliana (Timor-Leste), D. Norberto do Amaral que incentivou, “com uma palavra bastante sugestiva”, destacou D. José Ornelas, a “fazer do amor o caminho da devoção a Maria, e da vontade dela de fazer a vontade de Deus.”

No presidente da Conferência Episcopal Timorense, foram saudados “também todos os bispos das Igrejas que falam português no mundo”: “Que rezam a Deus na nossa língua comum”.

“E também a eles agradeço o termos partilhado a vida, a esperança, a luta das nossas Igrejas espalhadas por quatro continentes”, acrescentou o presidente da Conferência Episcopal Portuguesa.

O bispo de Leiria-Fátima dirigiu uma “última palavra para os mais pequenos” que estavam no recinto de oração do Santuário de Fátima, e explicou que com Maria aprendem “a ser amigos uns dos outros, a ser capaz de partilhar”, e desejou um bom ano escolar a todos.

“Abram o coração para que juntos possamos construir uma escola mais bonita, mais fraterna, mais amiga, e que dê alegria a todos e coragem a todos para vivermos o futuro. Que Nossa Senhora nos acompanhe”, concluiu D. José Ornelas.

CB

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