Fátima: «Não há nada de parecido com qualquer concentração motard», diz vice-presidente da Associação Bênção dos Capacetes

Encontro que reúne dezenas de milhares de participantes vai ter dois dias de programação, na Cova da Iria, assinalando Jubileu

Foto: Agência ECCLESIA/LFS

Lisboa, 16 set 2025 (Ecclesia) – O vice-presidente da Associação Bênção dos Capacetes (ABC) disse à Agência ECCLESIA que o encontro de motards em Fátima, marcado para sábado e domingo, tem “identidade própria” que se distingue das “concentrações” noutros locais do país.

“Apesar de haver muitas solicitações, nunca alteramos a génese deste evento. Ou seja, não há nada de parecido com qualquer concentração: não temos nada a vender para beber, para comer, zero”, refere Paulo Balau.

Milhares de motociclistas, de norte a sul do país e do estrangeiro, vão deslocar-se a Fátima nos dias 20 e 21 de setembro para marcar presença na Peregrinação da Bênção dos Capacetes, sob a presidência de D. Rui Valério, patriarca de Lisboa.

O Santuário de Fátima refere, em nota enviada hoje aos jornalistas, que este ano a peregrinação completa a 10.ª edição e “assume caráter jubilar por coincidir com o Ano Santo”.

O programa começa no sábado, com o colóquio “A Segurança Rodoviária nos horizontes da Fé”, a partir das 14h30, no Centro Pastoral de Paulo VI; no domingo, às 11h00, celebra-se a Missa no Recinto de Oração, com a bênção dos capacetes.

Segundo o Santuário, a celebração de 2024 reuniu cerca de 180 mil motociclistas.

“Esta é uma celebração particularmente significativa e festiva no Santuário de Fátima, que reúne neste espaço de peregrinação e de oração o número enorme de motociclistas vindos de todos os lugares de Portugal e também já de outros países. Por isso, eu queria convidar-vos a participar nesta décima edição da bênção dos capacetes”, refere o padre Carlos Cabecinhas, reitor da instituição, numa intervenção gravada em vídeo.

Paulo Balau destaca como motivação central dos motociclistas a “busca de uma proteção superior”.

“Não queremos fazer da peregrinação a Fátima mais uma razão para as pessoas se irem divertir. Não é esse o espírito. E, pelos números, continuamos a achar que não estamos errados”, indica o vice-presidente da ABC, que vê na atitude de cuidado constante entre motards uma manifestação do espírito cristão de “ajuda ao próximo”.

O responsável assinala a “visibilidade” desta iniciativa, que é construída em rede, ao longo do ano, com a ajuda de vários Moto Clubes.

Paulo Balau agradece a confiança do Santuário e o “empenho de todos os motociclistas que passaram a aguardar o terceiro fim de semana de setembro para ir a Fátima”.

“Alguns com crença, outros sem crença, alguns para homenagear colegas que infelizmente já partiram. Pelas mais diversas razões, o importante é estarmos todos com o mesmo espírito, o espírito de motard”, acrescenta.

A peregrinação inclui uma dimensão de “sensibilização rodoviária” e iniciativas solidárias, como a primeira recolha de dádivas de sangue e uma campanha, para apoiar um piloto de motocross nos tratamentos de recuperação de um acidente.

OC

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