Fátima: Milagres abrem caminho para a canonização

Vice-postuladora analisa três «curas inexplicáveis» acontecidas no estrangeiro por intercessão dos pastorinhos Francisco e Jacinta

Fátima, Santarém, 31 mai 2012 (Ecclesia) – Há três milagres em estudo na causa de canonização dos beatos Jacinta e Francisco Marto, revelou hoje à Agência ECCLESIA a Irmã Ângela Coelho, vice-postuladora do processo.

“Os três processos que tenho em mãos são estrangeiros”, confirmou a responsável pela difusão da vida dos irmãos pastorinhos que, segundo o testemunho reconhecido pela Igreja Católica, presenciaram as aparições da Virgem Maria na Cova da Iria, entre maio e outubro de 1917.

Questionada sobre a possibilidade de perceber estar perante um milagre a religiosa da congregação da Aliança de Santa Maria referiu “haver um ou outro que inspira mais confiança”, mas acrescentou não haver “nada de concreto” ainda.

De acordo com o Direito Canónico, para a declaração de santidade é necessário um novo milagre, ou seja, o reconhecimento de uma cura inexplicável à luz da ciência médica atual e comprovada pelos médicos do Vaticano.

O processo para a canonização tem uma primeira etapa na diocese em que faleceu o servo de Deus e uma segunda em Roma, onde se examina toda a documentação enviada pelo bispo diocesano.

Após exame da documentação efetuada pelos teólogos e especialistas, compete ao Papa declarar a heroicidade das virtudes, a autenticidade dos milagres, a beatificação e a canonização.

A tramitação do processo de santidade de um católico morto com fama de santo passa por fases distinta, podendo ser iniciado por qualquer católico ou grupo de fiéis, através de um postulador, constituído mediante mandato de procuração e aprovado pelo bispo local.

Após a investigação, na diocese, sobre as virtudes ou martírio e fama de santidade, a informação é enviada à Santa Sé que, se o exame dos documentos recolhido for positivo, declara o “servo de Deus” como “venerável”.

A segunda etapa do processo consiste no exame dos milagres atribuídos à intercessão do “venerável”.

Se um destes milagres for considerado autêntico, o “venerável” é considerado “beato”.

Quando após a beatificação se verifica um outro milagre devidamente reconhecido, então o beato é proclamado “santo”.

As virtudes heróicas de Jacinta e Francisco Marto foram declaradas a 13 de maio de 1989.

A 22 de Junho de 1999 foi aprovado o milagre que abriu o caminho da beatificação, tendo esta ocorrido a 13 de maio de 2000, em Fátima, numa celebração presidida por João Paulo II.

Francisco e Jacinta Marto são os mais novos beatos não-mártir da história da Igreja Católica.

A festa litúrgica, assinalada a 20 de fevereiro, contou este ano com a aprovação da ladainha dos pastorinhos.

OC/LS

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