Fátima: Jornal do Vaticano evoca padre Manuel Nunes Formigão, «apóstolo das aparições»

Postulador da causa de canonização sublinha ligação entre mensagem de misericórdia do Papa Francisco e a Cova da Iria

Cidade do Vaticano, 11 mar 2016 (Ecclesia) – O jornal do Vaticano, ‘L’Osservatore Romano’, publica hoje um artigo ao padre Manuel Nunes Formigão (1883-1958), apresentado como “o apóstolo das aparições da Cova da Iria”.

“Se a «misericórdia» representa o coração do Evangelho, como recorda o Papa Francisco, por sua vez, a «reparação» é o centro da mensagem de Fátima, como demonstram a vida e as obras do padre Manuel Nunes Formigão”, escreve o postulador da causa de canonização do sacerdote português, padre Arnaldo Pinto Cardoso.

O texto, apresentado na edição diária em italiano, analisa a relação “entre o dom da misericórdia e o significado da reparação, do modo como a promoveu o padre Formigão”.

“A importância da reparação, na vida e na obra do padre Formigão, deve-se a diversos fatores de ordem nacional e eclesial. Em primeiro lugar, à sua amarga experiência nacional, a partir do regicídio (1908), ocorrido enquanto ele se encontrava em Roma”, observa o padre Arnaldo Pinto Cardoso.

O postulador sublinha depois a “decisiva influência” que teve a mensagem de Fátima teve sobre o cónego Formigão, depois do contacto com os três pastorinhos.

“O movimento de reparação não foi uma invenção do padre Formigão, mas um modo de ser cristão, fruto de uma herança secular, teológica e pastoralmente consolidada, que readquiriu maior vigor com as aparições de 1917”, precisa.

O artigo realça que o cónego Formigão “sofreu muito pela perseguição da Igreja”, promovida pelo regime republicano, “pela participação militar na grande guerra, pelas agitações populares”.

“Temendo calamidades maiores, o seu pensamento, sobretudo depois da ‘mensagem’ de Jacinta, uma dos três pastorinhos, concentrou-se no facto de que pudesse tratar-se de sinais divinos face às infidelidades de todo um povo”, pode ler-se.

Manuel Nunes Formigão nasceu a 1 de janeiro de 1883 e foi ordenado padre em Roma, a 4 de abril de 1908, após ter estudado Teologia e Direito Canónico na Universidade.

Com as aparições de Fátima, em 1917, recebe o convite do arcebispo de Mitilene para investigar a ocorrência e está presente na 5ª aparição (setembro) na Cova da Iria; efetua vários interrogatórios aos videntes que são a primeira fonte com que de imediato divulga o acontecimento de Fátima

De 1918 a 1922, o cónego Formigão colaborou com frequência nos periódicos «A Guarda»; «Novidades» e «A.B.C.», assinando crónicas nas quais descreve muitos episódios sobre as aparições de Fátima e o seu relacionamento com os pastorinhos; fundou a 6 de janeiro de 1926 a Congregação das Irmãs Reparadoras de Nossa Senhora das Dores de Fátima.

Faleceu a 30 de janeiro de 1958 e, devido à fama de santidade, a Conferência Episcopal Portuguesa anuiu em 2000 à introdução da causa de beatificação e canonização deste sacerdote.

LFS/OC

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