Religiosa já era responsável pelo processo dos Beatos Francisco e Jacinta Marto
Fátima, Santarém, 26 set 2014 (Ecclesia) – A irmã Ângela Coelho foi nomeada vice-postuladora da causa de canonização da Irmã Lúcia pelo postulador geral dos Carmelitas, o padre Romano Gambalunga.
A religiosa afirma a “responsabilidade” e a “alegria” de “colaborar” com a causa da Irmã Lúcia, “tão ligada à mensagem de Fátima”, em declarações à Agência ECCLESIA e ao Santuário de Fátima.
A irmã Ângela Coelho é postuladora da causa de canonização dos pastorinhos beatos Jacinta e Francisco Marto, os irmãos que, juntamente com Lúcia, segundo o testemunho reconhecido pela Igreja Católica, presenciaram as aparições da Virgem Maria na Cova da Iria, entre maio e outubro de 1917.
A responsável assume a vantagem de, neste novo trabalho, ter a experiência ligada à causa dos pastorinhos e a nomeação como postuladora romana, em julho de 2012.
A irmã Ângela Coelho, nomeada a 8 de setembro, junta-se à equipa que está a trabalhar num processo “complexo” sobretudo pela vida longa da vidente e dos “muitos anos de correspondência que manteve com a suprema hierarquia da Igreja”.
“A Irmã Lúcia é uma figura riquíssima que temos de saber apresentar com a sua santidade específica. A comissão histórica está a trabalhar na recolha dos seus documentos. O tribunal está a ouvir testemunhos. Sabemos que a correspondência que chega à Causa já ultrapassou as 10 mil cartas”, explica.
A religiosa, da Aliança de Santa Maria, frequentou uma formação ministrada pela Santa Sé onde foi aprofundada a dimensão teológica, histórica e canónica dos processos de santidade, nas duas fases diocesana e romana.
“O processo da Irmã Lúcia está ainda em fase diocesana, daí a importância da figura do vice-postulador e da equipa”, trabalhando “intimamente” com o postulador que está em Roma.
A causa conta já com o padre Aníbal Castelhano, da Diocese de Coimbra, como vice-postulador.
A Congregação para as Causa dos Santos prevê a nomeação de vários vice-postuladores consoante a dimensão dos processos.
A irmã Ângela afirma a “grande atividade da Irmã Lúcia como apostola de Fátima”, aquela que “ficou no mundo para continuar a difundir a devoção ao Imaculado Coração de Maria”.
“O processo parece longo, e nós sentimos esse grande desejo que seja beatificada o quanto antes, mas associado à figura de Lúcia está inerente esta complexidade no sentido de quantidade de documentos que ela escreveu. Há um tratamento dos documentos a fazer com rigor o que vai atrasando as coisas ou vai fazendo demorar”, observa.
A canonização é a confirmação, por parte da Igreja, que um fiel católico é digno de culto público universal (no caso dos beatos, o culto é diocesano) e de ser dado aos fiéis como intercessor e modelo de santidade.
Francisco e Jacinta Marto são os mais jovens beatos não-mártires da história da Igreja Católica, beatificado em 13 de maio de 2000 pelo Papa João Paulo II.
LS