Presidência de D. Américo Aguiar quer manter viva a ligação à JMJ Lisboa 2023, indica reitor do Santuário, que dá conta da recuperação do número de peregrinos após pandemia
Fátima, 12 out 2023 (Ecclesia) – O reitor do Santuário de Fátima disse hoje, no início da peregrinação internacional aniversária de outubro, que a paz é “temática maior” e que a situação da guerra entre Israel e Palestina vai estar presente nos momentos de oração.
“Já antes da peregrinação, assim que esta nova eclosão da tensão e da guerra no território israelita começou as nossas celebrações ficaram imediatamente marcadas por esse aspeto. A paz é sempre temática maior em Fátima. Havendo um foco de conflito como este, não podemos deixar de lembrar aos peregrinos de Fátima, em cada dia e nas várias celebrações esta intenção”, indicou o padre Carlos cabecinhas em declarações aos jornalistas, na Cova da iria.
“(Lembrar e rezar pela paz) é algo que temos feito e sublinhamos de modo especial nesta peregrinação, porque (a peregrinação) é sempre um lugar e momento de grande visibilidade e isso interessa-nos para tornar presente este tema e intenção”, acrescentou.
O responsável sublinhou que a paz é “transversal” a toda a peregrinação.
“Vamos rezar pela paz, e é inevitável que o tema da guerra volte a estar presente na peregrinação porque está presente no dia-a-dia. O drama da guerra na Ucrânia, agora o drama da guerra na Terra Santa, em Israel e nos territórios palestinos, na Faixa de Gaza. São situações que nos preocupam e às quais não podemos ficar indiferentes. São situações que marcarão a peregrinação”, assinalou.
A peregrinação internacional aniversária de outubro vai ser presidida pelo cardeal D. Américo Aguiar, procurando manter, indicou o padre Carlos Cabecinhas, “o acontecimento marcante” que foi a Jornada Mundial da Juventude (JMJ) Lisboa 2023.
“Ao convidar D. Américo Aguiar para presidir a esta peregrinação era objetivo manter o tema da JMJ presente no horizonte da Igreja em Portugal e presente no horizonte de Fátima. Foi um acontecimento marcante para o país e Igreja em Portugal e é um acontecimento cujo dinamismo não queremos deixar perder”, indicou.
O reitor do santuário explicou ainda haver uma “grande intenção eclesial” de oração pela “realização da Assembleia geral do Sínodo dos Bispos”, à qual o santuário quer estar “sintonizado”.
Questionado pelos jornalistas sobre a recuperação do número de peregrinos que se deslocam a Fátima, o padre Carlos Cabecinhas confirmou uma recuperação na afluência, comparando com números entre maio e outubro de 2022 e maio e 10 de outubro de 2023.
“Estamos com uma afluência de 4,4 milhões de peregrinos deste período até 10 de outubro, um aumento significativo em relação a 2022 mas que nos deixa aquém dos números verificados em 2019”, explicou.
O responsável destaca uma “recuperação enorme” desde os tempos da pandemia, com números “bastante significativos e uma recuperação dos grupos de peregrinos estrangeiros”, particularmente “importante e significativa”.
O Santuário de Fátima recebeu 3107 grupos de 97 países, incluindo de Portugal; houve 1417 grupos da Europa e 295 grupos da Ásia.
“Note-se que da Ásia falamos de 16 países e o mais significativo a Coreia do Sul. Houve uma recuperação antes da pandemia – a Coreia tinha grupos, particularmente, todas as semanas em Fátima, desapareceram durante a pandemia, e este ano temos 50 grupos vindos da Coreia o que é especialmente significativo para o santuário”, reconheceu.
O padre Carlos Cabecinhas notou ainda que Espanha é o país com maior participação de grupos, equivalente aos Estados Unidos da América – sendo que os provenientes do país vizinho são mais populosos – e que Itália é o segundo país com maior inscrição de grupos.
Também da Ucrânia chegaram, “apesar do contexto da guerra”, 14 grupos com 2460 peregrinos.
O responsável nota, no entanto, que o número de grupos pode ser maior uma vez que apenas se pode referir aos que se inscrevem no Santuário de Fátima.
CB/LS